Doze das maiores operadoras de telecomunicações da Europa assinaram uma carta conjunta pedindo que os reguladores da região disponibilizem a faixa superior de 6GHz (6,425–7,125 GHz) para uso móvel. O grupo alerta que o atraso na decisão pode comprometer a liderança europeia no desenvolvimento da tecnologia 6G.
Entre os signatários estão executivos da Vodafone, Deutsche Telekom, Telefónica (dona da Vivo), Orange, Grupo TIM (dona da TIM Brasil), Telia, BT Group, entre outras.
No documento, essas empresas argumentam que o 6GHz é "uma oportunidade crítica para o lançamento do 6G na Europa" e que a inclusão da faixa na infraestrutura móvel do continente é crucial para a "competitividade econômica e soberania futura da Europa".
Aumento do tráfego
A carta sustenta que o uso da faixa seria necessário diante do aumento do tráfego e da demanda esperada por serviços móveis na próxima década.
"Sem acesso à faixa superior de 6 GHz, o impacto do móvel no crescimento do PIB será significativamente reduzido", diz o texto. A afirmação foi baseada em uma estimativa da GSMA de que o setor móvel deverá representar 8,4% do PIB global até 2030.
Wi-Fi
O grupo também manifestou preocupação com a possibilidade da faixa ser utilizada integralmente para Wi-Fi – estratégia fortemente defendida por stakeholders dos Estados Unidos (EUA) e que chegou a ser aplicada no Brasil, antes de divisão da faixa no fim do ano passado.
As operadoras europeias, que também fornecem Wi-Fi para consumidores e empresas locais, dizem não perceber falta atual ou futura de espectro para essa finalidade, dado que há blocos já reservados para Wi-Fi na faixa inferior de 6 GHz.
As empresas alertam que se a decisão europeia for adiada enquanto interesses tecnológicos dos Estados Unidos avançam, a "competitividade da Europa será ameaçada". Isso porque, na avaliação das operadoras, isso "sufocaria o potencial econômico futuro" do continente e "prejudicaria a influência da Europa sobre seu próprio futuro digital".
Saída
Segundo a carta, há apenas duas opções em discussão: buscar novas faixas no espectro durante a Conferência Mundial de Radiocomunicação de 2027 (WRC-27), ou utilizar a faixa superior de 6 GHz.
No entanto, o próprio Grupo de Política de Espectro de Rádio (RSPG) reconheceria as dificuldades de se avançar com novas faixas, e aponta que o uso do 6 GHz para redes móveis de alta potência seria a única alternativa viável no curto prazo.
As empresas que assinam a carta são:
- A1 Telekom Austria Group
- BT Group
- Deutsche Telekom (DTAG)
- KPN
- Elisa
- Orange
- Proximus
- Telefonica S.A.
- Telia Company
- TIM (Telecom Italia)
- United Group
- Vodafone Group
Leia a carta na integra aqui.