Perda de clientes não preocupa Oi, alvo é rentabilidade

O CEO da Oi, Bayard Gontijo, fez questão de salientar os progressos alcançados com medidas de cortes de custos e melhora da eficiência operacional no primeiro trimestre de 2015 durante conferência com analistas financeiros para divulgação dos resultados na manhã desta quinta, dia 7. Os custos operacionais (Opex) caíram 7,5% em relação ao último trimestre do ano passado, em grande parte graças a cortes de despesas com pessoal (-R$ 117 milhões), de serviços de terceiros (-R$ 112 milhões) e com marketing (-R$ 123 milhões). "Tivemos grande progresso em estabilizar a companhia no caminho para turnaround de longo prazo para alcançar um fluxo de caixa positivo, e falamos isso com a confiança de que todos aqui nessa mesa de conferência, do primeiro nível de diretoria, agora somos shareholders da Oi", disse Gontijo. Outra das medidas de redução de gastos da Oi foi a conversão de benefícios de plano de carreira de seu time de executivos em participação no capital da empresa.

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O CEO da Oi alertou que o negócio fixo deve continuar perdendo clientes e que a companhia será afetada pelo aumento de custos de energia e da inflação. "Não será fácil, mas acreditamos que podemos voltar a ter fluxo de caixa positivo com a melhoria da eficiência do Capex e na rede, com um ambiente regulatório e institucional mais construtivo (em referencia ao TAC protocolado na Anatel no último dia 29), crescimento de EBITDA com corte de custos e eficiência operacional e vendas de ativos e refinanciamento da dívida".

Questionado sobre a redução de 1,4% em sua base de unidades geradoras de receita (UGRs) no Brasil, que agora é de 73,577 milhões, Gontijo ressaltou a melhora consistente no mix de clientes e o aumento de 5,4% da receita média por usuário (ARPU). "Reduzimos as adições liquidas e focarmos em minimizar churn e aumentar a receita de clientes de mais valor. Não estamos preocupados com isso (perda de UGRs) agora. Nosso alvo não é crescimento esse ano, é rentabilidade. Estamos melhorando e simplificando nossas ofertas para os clientes. Acreditamos no que prometemos e não prometemos crescimento para 2015".

Investimentos

Gontijo evitou falar em números de investimentos para este ano, repetindo o já dito quando da divulgação dos resultados de 2014: o Capex dependerá do quanto a Oi conseguirá cortar em custos. O Capex do primeiro trimestre deste ano foi de R$ 984 milhões (6,8% inferior ao investido entre setembro e dezembro do ano passado, mas o CEO garantiu que o investimento é o suficiente para manter a Oi competitiva no mercado). "Sabemos que um corte muito fundo no Capex pode parecer arriscado para alguns investidores, mas nossa rede tem condições de continuar no nível dos concorrentes. Estamos realmente focados em manter o negocio sustentável para o futuro. Não faríamos nada que pudesse comprometer esse futuro", disse.

TAC

A Oi protocolou no último dia 29 o seu Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto à Anatel, que deve avaliá-lo e aprová-lo, de acordo com a perspectiva otimista do CEO da empresa, até o mês de novembro. "Cumprimos todos os requisitos para o TAC e estamos confiantes de que a Anatel aprove até novembro, para que possamos começar a implementação (dos investimentos) a partir de 2016". Os TACs permitirão que as operadoras troquem multas de PADOs não concluídos por investimentos em infraestrutura e melhora dos serviços. Gontijo, contudo, não prevê ampliação de investimentos. "Vamos fazer o TAC com o Capex que temos para o ano, para expandir conexões e cumprir obrigações regulatórias", explica.

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