Como não poderia deixar de ser, a consolidação do mercado brasileiro, na qual a Oi prometera ter papel de protagonista, segundo palavras do seu CEO Bayard Gontijo em diversas ocasiões no ano passado, inclusive numa possível fusão com a TIM, foi trazida à tona durante a conferência com analistas para a divulgação dos resultados financeiros da empresa do primeiro trimestre de 2015. Gontijo, contudo, adotou o mesmo tom ameno da conferencia do inicio do ano dos resultados de 2014: o foco agora é o processo de recuperação da Oi.
"Acredito que a consolidação acontecerá no Brasil, mas o mercado tem seu próprio tempo e temos que respeitar isso. Vamos continuar fazendo o nosso dever de casa e aí estaremos em melhor posição quando o tempo chegar", limitou-se a dizer o CEO.
Com o processo de venda dos ativos operacionais da Portugal Telecom em Portugal, a Oi estima que injetará em seu caixa um total líquido de R$ 19,64 bilhões, e que será usado para melhorar o perfil da dívida da empresa. A Oi chegou a cogitar, quando o negócio foi anunciado no ano passado, usar o dinheiro da venda para participar de um eventual processo de consolidação no Brasil. Agora, ao menos, a empresa fala apenas em utilizar o dinheiro para renegociação e extensão da maturidade da dívida da companhia.
"Injetar o dinheiro da PT nos dará certo conforto. A venda está quase completa, deve ser concluída no segundo trimestre, e agora estamos trabalhando para ver como aplicar o dinheiro para melhorar perfil da dívida", afirma Gontijo. O CEO garantiu que parte do dinheiro ficará no caixa da Oi, mas ainda não definiu as proporções do quanto fica em caixa e quanto vai para "refinanciar e talvez reduzir custos."
Gontijo lembrou que a Oi ainda tem cartas na manga para ajudar na melhora desse perfil de endividamento. "(A operação da PT na) África está à venda.
É um ativo valioso, que gera boa receita, e estamos trabalhando nisso. E ainda temos imóveis e mais torres que ainda podemos vender", diz.