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Ofertas de 1 Gbps ainda são desnecessárias e trazem riscos, dizem operadores

Um dos temas que ganham relevância nos debates da INTX2015, evento de TV por assinatura que acontece esta semana em Chicago, diz respeito à oferta de serviços de banda larga em velocidades acima de 1 Gbps. Apesar de ser uma oferta restrita a poucos assinantes e cidades, esse ambiente é importante porque é onde existe um claro enfrentamento entre empresas de TV a cabo, empresas de telecomunicações e o próprio Google, que em algumas cidades norte-americanas tem ofertas desse tipo por infraestrutura própria.

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Uma das operadoras atualmente mais agressivas nesse tipo de oferta é a AT&T, que passou oferecer fibra até a casa do usuário em 11 cidades e pretende ampliar essa oferta para mais uma dezena nos próximos meses. Segundo Eric Small, responsável pelo projeto Lightgig, a tecnologia chegou a um ponto em que hoje é mais barato levar a fibra à casa do usuário do que investir em opções intermediárias, como o HFC ou o VDSL (no caso de acesso por cobre).

Para Kevin Leddy, vice-presidente de estratégia da Time Warner Cable, a oferta de serviços de 1 Gbps ou mais ainda é muito mais uma questão de marketing do que de necessidade. "Nós enfrentamos o Google em Kansas City e o que é mais difícil nessa disputa é a marca deles, que é muito forte, mas é difícil entender a real vantagem na oferta. Acho que as pessoas não estão se motivando simplesmente porque o preço está baixo, não porque de fato precisem", disse.

Para Philips Nutsugah, VP de broadband da Cox (que está fazendo overbuilding de uma rede de fibra sobre sua própria rede HFC para chegar com velocidades de 1 Gbps), as pessoas sem dúvida se motivam a comprar um pacote de 1 Gbps pelo preço, já que as ofertas estão agressivas, mas certamente elas encontrarão um uso para esse tipo de rede. "Hoje 75% dos nossos assinantes de banda larga estão em velocidades de 50 Mbps ou mais, e a necessidade de uma casa hoje raramente passa de 130 Mbps, mesmo com o uso mais elevado possível, incluindo duas pessoas assistindo ao mesmo tempo conteúdos OTT em 4k".

Segundo ele, o acesso em altas velocidades gerará aplicações. Entre aquelas que a Cox imagina serem as mais prováveis num futuro próximo estão redes sociais intensivas em upload de vídeo (como Periscope ou Twitch), backup na nuvem e aplicações de saúde e educação. "O que me preocupa mais é a banalização desse tipo de oferta, que pode passar a sensação para as pessoas que a infraestrutura de banda larga é de graça ou tem um custo muito baixo". Hoje, segundo Philips Nutsugah, o grande gargalo na oferta de ultra-velocidades está na casa dos assinantes, o que obriga a Cox a incluir nos pacotes roteadores WiFi 802.11 ac e armazenamento em nuvem.

Mas a avaliação mais crítica das ofertas de 1 Gbps vem da operadora Mediacom. Para JR Walden, CTO da empresa, hoje essa é uma oferta que só faz sentido para o mercado corporativo. Outro ponto negativo destacado por Walden é que a abundância de banda faz com que os desenvolvedores de aplicações não otimizem esse recurso, o que acaba gerando ineficiência. E com as regras de neutralidade, pode gerar um problema político, já que fica mais difícil coibir eventuais abusos no uso das redes."Hoje, para um operador de banda larga, faz mais sentido focar esforços e recursos em confiabilidade, congestionamento em horas de pico, wireless, latência, buffering etc, dando atenção para coisas que as pessoas estão mais preocupadas do que uma oferta de 1 Gbps".

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