TV interativa: a difícil convivência com o mundo IP

Fato curioso que pôde ser notado durante a NCTA Cable 2007, principal evento do setor de TV paga dos EUA, que acontece esta semana, em Las Vegas: os operadores de cabo com plataformas digitais estão enfrentando, nos EUA, exatamente o mesmo problema que os operadores de celular enfrentam com suas redes de dados de alta velocidade (como as redes 3G). É a pressão dos usuários para que a mesma flexibilidade de acesso a conteúdos obtidos na banda larga se aplique à nova plataforma. No caso dos operadores de cabo, à TV interativa. Explica-se: hoje, o conteúdo interativo existente nas operações é fornecida pelo programador ou pelo operador, mas sempre com a autorização prévia do operador, que avalia se aquela determinada aplicação tem viabilidade econômica, se não degrada a qualidade do serviço, se funciona a contento etc. É a mesma dinâmica dos conteúdos das plataformas de telefonia celular. Mas no universo da Internet banda larga, com conteúdos colaborativos, produzidos pelos próprios usuários e com a proliferação de fontes de informação e liberdade de escolha, esse modelo em que o operador decide o que o usuário vai ter soa antiquado, soa ?1.0?.
Os CTOs (diretores de tecnologia) das principais operadoras de cabo dos EUA procuram restringir o problema a uma questão de negócio: ?O que faremos com nossos conteúdos interativos é uma questão do que vai gerar valor ou não?, diz Chris Bowick, da Cox. Para ele, abrir as aplicações das redes digitais interativas ao mundo IP, ou seja, dar a oportunidade para que terceiros desenvolvam conteúdos que serão acessíveis livremente pelo usuário, é algo complexo porque passa pelo limite de processamento das caixas, pela garantia de qualidade e pela segurança das redes.
James Mumma, diretor de desenvolvimento de aplicações de vídeo da Comcast, vai na mesma linha. ?Para falar de IP e de acesso aos conteúdos de Internet por meio de TV interativa, não podemos confundir inovação com valor. Não é porque uma coisa pode ser feita que ela precisa ser feita?.

Notícias relacionadas

Nova indústria

Hoje, já existe de maneira consistente nos EUA uma indústria de desenvolvedores e integradores de aplicações digitais para redes de TV por assinatura. São empresas que trabalham no desenvolvimento das aplicações interativas e avançadas. ?Infelizmente, ainda não temos com esse tipo de provedor de conteúdo a mesma flexibilidade que temos no negócio de venda de canais, porque são muitas variáveis a mais a serem consideradas. A cadeia de valor na interatividade é muito mais complexa do que estamos acostumados?, diz Mumma, da Comcast.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!