Ao invés de 10%, como havia anunciado há duas semanas à Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhol (CNMV), a Telefónica detém apenas 6,9% de participação acionária na Telecom Italia. O consórcio formado pela Telefónica e sócios italianos, chamado Telco, tem ações ordinárias mas não as preferenciais da Olimpia, de modo que seus 23,6% dos direitos de controle se traduzem em uma participação de 16,3% no capital mas sem os direitos econômicos. A Telefónica tem 42,3% dessa participação, ou 6,9% do capital de modo indireto. A tele espanhola tem 10% das ações ordinárias de forma indireta mas para participar em 10% do capital econômico a empresa teria que ter uma porcentagem maior das ações ordinárias ou comprar 10% das ações preferenciais. Os 6,9% das ações correspondem a 3,8 bilhões de euros, a 2,82 euros por ação.
No comunicado à CNMV a Telefónica esclareceu às autoridades italianas, que seu direito de aquisição preferencial está subordinado aos sócios italianos, os quais poderão comprar as ações ou vende-las e também propor a entrada de novos investidores italianos. Também reconheceu que não contava com direito de veto mas que poderia abandonar o corpo de acionistas da Telco em caso de bloqueio ou discrepância de interesses.
Pelo acordo, a Telefónica se abstém de votar em decisões de conselho que envolvam a estratégia da Telecom Italia nos mercados onde a Telefónica seja concorrente da tele italiana o que pode tornar mais distantes os impactos da nova aquisição no mercado brasileiro. A empresa continua negociando com a Portugal Telecom (que detém, junto com a Telefónica, 50% da Vivo) mas poderia adquirir a TIM ao invés da Vivo, caso as negociações com a PT não avancem.
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