Para FCC, política depende do benefício à competição

Se no Brasil ainda se aguarda uma discussão regulatória que começará a dizer se a chegada das teles ao mercado de TV paga é boa ou não para o consumidor, dependendo dos impactos negativos ou positivos desse movimento do ponto de vista concorrencial, nos EUA a briga se dá no mesmo tipo de arena, mas com uma posição surpreendentemente explícita do agente regulador (no caso, a FCC). Kevin Martin, chairman da agência reguladora norte-america, foi muito enfático ao falar para uma palestra de milhares de operadores de cabo dos EUA, na abertura da Cable 2007, que acontece esta semana em Las Vegas. "A política que eu sigo é em favor da indústria de cabo, quando isso significa fomentar a entrada do cabo onde ela será competitiva, como é o caso da Internet e do mercado de voz. Mas também é uma política ruim para o operador de cabo quando ele é o dominante e quando outras empresas querem entrar para competir no mercado de vídeo". Dito assim foi uma boa forma de azedar ainda mais as relações entre a FCC e os operadores de cabo dos EUA, que estão trocando farpas ultimamente. Ainda que Martin tenha reconhecido o trabalho fundamental das empresas de cabo em investir para expandir o mercado de banda larga, ele não se furtou a tocar nos temas polêmicos. "Eu tenho TV digital, dois DVRs, três pontos de TV por assinatura, acesso banda larga e uma rede Wi-Fi na minha casa, tudo contratado de uma operadora de cabo", disse Martin, para tentar diminuir a antipatia da platéia. "Mas eu quero que as operadoras de cabo não me obriguem a contratar um canal para eu ter outro, e quero que elas ofereçam aos seus assinantes os conteúdos gratuitos que as emissoras de TV aberta estiverem criando e oferecendo", disse, entrando em duas polêmicas ao mesmo tempo: a venda de conteúdos à la carte (canal a canal) e a compulsoriedade da distribuição dos conteúdos de multiprogramação das emissoras de TV aberta. São dois assuntos que a indústria do cabo evita discutir há pelo menos cinco anos.

Contra a neutralidade

"Sou, fundamentalmente, em favor da inovação", disse o chairman da FCC, lembrando ainda que é defensor de uma política de retorno de investimento para detentores de redes banda larga (o que significa não ser favorável a regras que obriguem a neutralidade de redes) e também favorável à plena interconexão entre as redes de voz, outro pleito da indústria de TV paga.

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