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Início COVID-19 Coronavírus: IDC prevê recuperação rápida para setor de telecom no Brasil

Coronavírus: IDC prevê recuperação rápida para setor de telecom no Brasil

Apesar de estimar um forte efeito gerado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) sobre o setor de tecnologia da informação na América Latina, a consultoria especializada IDC avalia que o segmento de telecomunicações deve ser um dos menos impactados pela crise, que pode inclusive acelerar a transição de receitas de voz para dados dentro da indústria.

A projeção da firma sobre o impacto da pandemia no continente foi divulgada em conferência online realizada nesta terça-feira, 7. De modo geral, o crescimento entre 7,5% e 7,8% projetado para o setor de TI no Brasil em 2020 no cenário pré-coronavírus foi revisto para retração entre 3,5% e 3,8%. No continente, há estimativa de redução de gastos de US$ 15 bilhões com tecnologia por conta da pandemia.

A aposta da IDC, contudo, é de reação rápida no setor de telecom na comparação com outros segmentos. “O tempo de recuperação na América Latina será bastante distribuído. O mercado financeiro deve ser o primeiro a se recuperar, e em seguida os de varejo e de telecomunicações, até por uma questão de ter sido elemento importante nesse momento de crise“, afirmou o gerente de consultoria e pesquisa de enterprise da IDC Brasil, Luciano Ramos.

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Para Ramos, é provável que os efeitos da pandemia acelerem a transição de receitas de voz para dados empreendida entre as operadoras há alguns anos; em um cenário mais otimista, a estimativa da IDC é inclusive de crescimento no negócio de dados durante o período da crise.

No momento pré-coronavírus, a consultoria apostava em alta de 8,3% em 2020 para o mercado de dados móveis no Brasil. Com a eclosão da crise, três cenários foram traçados: no moderado, que trabalha com queda de 3% a 4% no PIB regional, houve reajuste da previsão para 8%. No otimista, onde a redução do PIB ficaria em 1,8%, a demanda por dados móveis cresceria para 9,1%. Já no cenário pessimista, que parte de redução maior do PIB maior que 4%, haveria queda para 6,4%.

O mesmo vale para os dados fixos: a previsão de 5% de crescimento no Brasil em 2020 foi ajustada para 4,2% no cenário moderado (considerado pela IDC o mais provável), ampliada para 5,3% no otimista e reduzida para 2,6% no mais pessimista.

Voz

No caso dos serviços de voz, a tendência é de queda mais acentuada: na voz móvel, a previsão inicial de recuo de 14,1% para 2020 foi revista para quedas de 18,8% no cenário moderado, de 17,6% no otimista e de 20,4% na projeção pessimista. Já a voz fixa partiria da aposta inicial de queda de 7,3% para recuos de 8,1%, 6,9% e 9,6%, na mesma ordem.

Impacto

Na contas da IDC, um dos segmentos mais afetados pela crise do coronavírus deve ser o de dispositivos de consumo. Entre os smartphones, por exemplo, a previsão inicial de crescimento de 12,8% foi revista para queda de até 5,2% no cenário pessimista (ou recuo de 3,2% no moderado e alta de apenas 0,8% no otimista).

Já no segmento empresarial, a aposta da consultoria é de “impacto forte em servidores e armazenamento, que já traziam tendência de queda que agora deve ser acentuada”, de acordo com Luciano Ramos. Por outro lado, serviços baseados em nuvem como infraestrutura, plataforma ou software como serviço (IaaS, PaaS ou SaaS, na ordem) devem permanecer em alta.

“A transformação que estamos vivendo no local e na cultura de trabalho, na interação social e no consumo de serviços online trará impacto positivos no curto e no médio prazo [para alguns ramos de TI]”, afirmou o consultor da IDC, destacando ferramentas de virtualização, comunicação unificada, analytics, automação e IoT como possíveis beneficiadas.

Ramos ainda pontuou que, na China, o cenário crítico gerado pela pandemia acarretou na aceleração de movimentos como a transformação digital do sistema de saúde, das cadeias de suprimentos e de serviços e negócios sem pontos de contato, além do aparelhamento tecnológico do governo em áreas como o 5G. A consultoria admite que no caso da América Latina, contudo, o investimento do setor público será bastante afetado pela realocação de recursos necessária para atendimento das demandas da crise.

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