Se as empresas de MMDS protestam sobre a redução de seu espaço no 2,5 GHz – que passaria dos atuais 190 MHz para apenas 50 MHz -, as operadoras móveis também insistem em seu posicionamento de que, sem essa fatia do espectro, o Brasil ficará para trás na corrida pela quarta geração da telefonia celular, o 4G. Foi isso que se viu na audiência pública sobre a faixa de 2,5 GHz realizada nesta quarta, 7, na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.
O vice-presidente de Políticas Públicas da GSM Association (GSMA), Ricardo Tavares, alertou para a necessidade de que exista espaço para as móveis no 2,5 GHz para que as empresas possam investir na tecnologia LTE o mais rápido possível e, assim, aproveitar os ganhos de escala gerados pela migração de vários outros países para esta plataforma 4G. "O LTE é a tecnologia que garante eficiência para a comunicação móvel", afirmou Tavares.
Investimentos
O presidente da Acel, Luiz de Melo Júnior, também citou a baixa rentabilidade da telefonia móvel como um dos aspectos que não pode ser deixado de lado nessa discussão. Segundo Melo, a operação móvel é um ramo de capital intensivo e "o lucro não é tão alto assim". Apesar disso, as empresas têm aplicado muitos recursos no crescimento da planta e já teriam investido R$ 66 bilhões na última década. O presidente da Acel comparou o setor de telefonia celular com outros setores de infraestrutura (como a indústria de petróleo) para mostrar a importância econômica desse serviço para o país. E voltou a comparar a clientela da telefonia celular (mais de 176 milhões) com os consumidores de MMDS (aproximadamente 350 mil) para dizer que a telefonia móvel é o grande veículo de inclusão digital do país.