Corrida das teles nacionais por Wi-Fi atrai fabricantes estrangeiros para o Brasil

As operadoras móveis do mundo inteiro acordaram para a necessidade de investir em redes Wi-Fi, de maneira a desafogar o tráfego de suas antenas de telefonia móvel. No Brasil, em apenas seis meses foram anunciados movimentos importantes nesse sentido: a compra da Vex pela Oi; o plano da TIM de construir uma rede nacional própria com milhares de hotspots; e o compartilhamento pela Claro da rede Wi-Fi que a Net está montando. Paralelamente, há requisições de propostas (RFPs, na sigla em inglês) em curso para compra de pontos de acesso (PAs) Wi-Fi em praticamente todas as operadoras móveis brasileiras. É neste cenário que desembarcou esta semana no Brasil o diretor regional para operadoras da Ruckus Wireless, John Lombardi.

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A empresa, que faturou cerca de US$ 100 milhões no ano passado, quando produziu 3 milhões de pontos de acesso, foca especialmente no atendimento a operadoras de telecomunicações. Na América Latina, esteve mais concentrada no mercado corporativo até então. Agora, pretende contratar dois novos executivos para o escritório brasileiro e outros dois para o México com o objetivo de se dedicarem ao segmento de operadoras.

Lombardi está entusiasmado com o potencial do mercado brasileiro e confia na tecnologia da Ruckus para conquistar contratos por aqui. A empresa desenvolveu métodos especiais para melhorar a qualidade do sinal Wi-Fi, como a tecnologia "BeamFlex", que usa 19 antenas em um mesmo equipamento. "O maior problema de redes Wi-Fi é a logística. Uma operadora precisa negociar contratos com centenas de estabelecimentos comerciais e nem sempre se consegue instalar o ponto de acesso no melhor local. Além disso, certas áreas estão abarrotadas com dezenas de hotspots competindo pelo mesmo espectro. É preciso construir uma rede capaz de se adequar a qualquer lugar, superando os mais variados problemas de interferência", explica Lombardi. No caso da Ruckus, os equipamentos aprendem quais os melhores canais para se utilizar em uma área ao longo do dia, melhorando a recepção do sinal e aumentando o alcance da rede. "O diferencial é saber gerenciar melhor a radiofreqüência", comenta.

Roaming internacional

Em breve, os usuários de aparelhos Wi-Fi poderão viajar pelo mundo e acessar hotspots no exterior automaticamente, se estes fizerem parte de alguma rede que tenha contrato de roaming com a operadora original do assinante. Será bem parecido com o que acontece com as redes móveis atualmente – oxalá com preços não tão caros. Essa é a principal promessa do novo padrão de Wi-Fi, conhecido como 802.11u, presente hoje em 3% dos modelos de smartphones vendidos no mundo e em alguns PAs. Diversos fabricantes têm cooperado com testes internacionais para viabilizar a ideia, que ganhou o nome de "Hotspot 2.0". "No segundo semestre deste ano veremos muitos novos modelos de smartphones habilitados para operadora com 802.11u. Dentro de dois a três anos, essa tecnologia estará presente em 75% dos smartphones", prevê Lombardi.

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