Apesar do objetivo principal da Starlink ser levar Internet para locais isolados, a cidade brasileira com o maior número de assinantes da operadora de Elon Musk está longe de ser considerada um local remoto. Com 3.647 acessos, o município do Rio de Janeiro encerrou 2024 com a maior base de usuários da operadora via satélite no Brasil.
Os dados levantados por TELETIME são do último balanço de acessos da Anatel, referentes ao mês de dezembro de 2024. Das 20 cidades com mais assinantes da Starlink no Brasil, dez são capitais distribuídas em três regiões do País: Centro-Oeste (4), Norte (4) e Sudeste (2).
Mesmo com números brutos elevados de assinaturas da Starlink em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a taxa de acessos por 10 mil habitantes nesses locais é baixa em relação aos municípios mais remotos da lista.
São Paulo, por exemplo, tem menos de três acessos Starlink para cada 10 mil habitantes. Já na cidade amazonense de Tefé, essa taxa é de 410,3.
Diferenças de uso
A finalidade de uso da Starlink nessas cidades pode ser diferente. A taxa de urbanização em São Paulo é de 99%, enquanto no Rio de Janeiro chega a 100%. O alto volume populacional desses lugares ajuda a explicar a presença dos kits mesmo no meio urbano.
Mas também é possível que estabelecimentos e residências adotem a Internet via satélite de Musk não como uma rede principal, mas como um link de redundância – para manter os serviços operantes em caso de falhas na infraestrutura de fibra óptica, por exemplo.
O mesmo pode valer para Brasília, que conta com um alto número de órgãos do governo e embaixadas. Além disso, existem setores rurais dentro do Distrito Federal onde o sistema da Starlink faz sentido.
Por outro lado, há o caso de Altamira, no Pará. Trata-se do maior município em extensão territorial do Brasil, com 161 mil km². Isso é 28 vezes o tamanho do Distrito Federal. Uma área tão grande quanto essa (que tem como principal atividade econômica a agropecuária e o extrativismo) esbarra em desafios logísticos para chegada da conexão – o que ajuda a explicar o "boom" da Starlink em municípios com tal perfil.
Destaques
Algumas informações chamam atenção nos dados levantados pelo TELETIME no painel de acessos da Anatel referentes ao mês de dezembro de 2024:
- 5.178 dos 5.570 municípios brasileiros têm ao menos um acesso da Starlink;
- Apesar disso, apenas 738 cidades têm mais de 100 acessos na operadora de Musk;
- 100 possuem mais de 500 assinantes;
- Apenas 31 municípios contam com mais de mil acessos;
- 835 cidades em Minas Gerais têm clientes da Starlink. No estado de São Paulo, são 634 e no Rio Grande do Sul são 457 cidades.
Estados
A Starlink encerrou o ano de 2024 com 326 mil acessos totais no Brasil. O número representa um salto de 145,8% em um ano – o maior crescimento percentual entre os 20 maiores provedores de banda larga fixa do País. Isso posiciona a empresa como a maior no segmento via satélite no mercado brasileiro, abocanhando quase 60% do market share nacional.
O estado com a maior quantidade de assinantes no serviço de Musk é Minas Gerais (40 mil). O Pará aparece em segundo lugar, com 38 mil acessos, seguido por São Paulo (36 mil) e Amazonas (33 mil).
Totalmente errada a dedução da reportagem! O real motivo para a starlink liderar no RJ sao as facções criminosas que proíbem empresas de operar em determinadas áreas, obrigando os clientes a somente utilizar dos serviços aprovados por eles. Outra questão é o excesso de furto de fio de cobre (na hora de arrancar cracudo nao qier saber o que é cobre e o que nao é), o que levou diversas operadoras a mapearem como área de risco (mesmo as que não são), deixando diversas pessoas sem opção de uma Internet que não seja a oferecida por empresas suspeitas. E devido a esse motivo que q starlink tem mais acessos no RJ do que a segunda opção que é Manaus aonde talvez faça mais sentido o uso.
Exatamente, infelizmente você está certíssimo