As operadoras TIM e Vivo devem continuar apresentando bons resultados em 2025, com as receitas sendo puxadas, sobretudo, pelo serviço móvel pós-pago. No entanto, a inflação e um eventual recrudescimento da competição, em função de novas estratégias da Claro e da entrada do Nubank na telefonia celular, podem comprometer as projeções, avalia a Genial Investimentos.
Em relatório sobre as duas grandes teles com ações na B3, a corretora aponta que o principal risco para ambas neste ano é a inflação, o que pode dificultar o reajuste dos preços que tem sido um dos pilares de crescimento desde a saída da Oi do mercado de serviços móveis.
"Caso o cenário se agrave, a empresa poderá enfrentar dificuldades em implementar reajustes nos planos, especialmente no pré-pago", sinalizou a corretora, no relatório de cada uma das empresas.
Competição acirrada
A análise também destaca que o ambiente competitivo deve ficar mais acirrado neste ano, principalmente pelas mudanças nas diretorias da Claro.
Segundo a Genial, espera-se que a tele controlada pela América Móvil adote "uma abordagem mais agressiva nas ofertas de preços, o que pode recriar um cenário similar ao período anterior à saída da Oi". Neste cenário, o espaço para reajustes de tarifas, por parte de TIM e Vivo, ficaria mais restrito.
A corretora ainda ressalta que a entrada do Nubank no setor de telefonia celular merece atenção, mas ainda sem provocar fortes impactos.
"Para 2025, consideramos que o risco associado a essa entrada seja limitado, já que suas ofertas, até o momento, não apresentam diferenciais significativos", avalia. "A restrição de serviços ao eSIM também limita o mercado endereçável, reduzindo a ameaça no curto prazo", complementa.
De todo modo, para ambas as empresas, a recomendação da corretora é pela compra de ações, com preço-alvo de R$ 21, para a TIM, e R$ 63, no caso da Vivo.
Quarto trimestre de 2024
Nos relatórios, a Genial apresentou suas projeções para os resultados de TIM e Vivo do quarto trimestre do ano passado.
A expectativa é de que a TIM reporte uma alta de 4,6% na receita, na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a R$ 6,6 bilhões. Os serviços móveis devem crescer um pouco mais (+4,8%).
Para o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), espera-se um avanço de 5,6%, sustentado pelo pós-pago, que "continua como o principal impulsionador de crescimento". O lucro líquido, por sua vez, deve crescer 14,8% no quarto trimestre, alcançando a cifra de R$ 1 bilhão, estima a Genial.
No caso da Vivo, a receita projetada para o período de outubro a dezembro do ano passado é de R$ 14,5 bilhões, alta de 7,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2023.
"Esperamos que o principal driver de crescimento continue sendo os serviços móveis (8,7% a/a), principalmente o pós-pago (11,0% a/a), impulsionado por reajustes de preços ao longo do ano e pelo aumento da base ex-M2M em 3,2 milhões de clientes em 2024", estima a corretora, que ainda aponta alta de 3,8% nos serviços fixos.
O EBITDA e o lucro líquido devem crescer, respectivamente, 6,9% (R$ 6,2 bilhões) e 11,5% (R$ 1,7 bilhão).
Vale lembrar que a TIM divulga os resultados do quarto trimestre e do ano de 2024 consolidado na próxima segunda-feira, 10. Os números da Vivo estão previstos para 25 de fevereiro.