A Oi deve formalizar à Anatel na próxima semana uma proposta polêmica: a operadora quer manter dois Códigos de Seleção de Prestadora (CSP). Na região 2, referente à Brasil Telecom, a operadora teria o código 14, da antiga BrT. No restante do país, a operadora manteria o código 31, utilizado pela Oi. A devolução de um dos CSPs foi determinada pela Anatel como condicionante à anuência prévia para a fusão das concessionárias. A proposta da empresa é desfazer a sobreposição (o código 31, por exemplo, é nacional) e ficar com os códigos mais utilizados por seus clientes em cada uma das áreas de concessão. O argumento jurídico da Oi é que a Anatel manteve as duas concessões e as duas regiões do PGO separadas.
Por trás desta argumentação, há uma variável econômica ponderável para a Oi em um momento em que tem sérias restrições de investimentos, consequência do pesado endividamento para concretizar a fusão das concessionárias: para unificar os CSPs, a operadora teria que fazer um pesado investimento em marketing e ajustes de sistemas. De outro lado, concorrentes como Embratel e GVT certamente atacariam para abocanhar uma parte do tráfego de longa distância da operadora nesse processo de transição. Tanto esforço de marketing por parte da Oi, por outro lado, seria apenas voltado a evitar a perda de receita, e não para a expansão do seu market share de longa distância. Mantendo os CSPs separados, a Oi evita ter que fazer esse esforço nos próximos meses. A anuência prévia da Anatel estabelece a unificação dos CSPs em 18 meses a partir do momento em que foi dada, ou seja, até junho deste ano o 14 ou o 31 precisam ser desativados. A receita de longa distância da Oi em 2008 (antes da fusão) foi de cerca de R$ 3 bilhões e a receita de longa distância da Brasil Telecom em 2008 foi de cerca de R$ 1,3 bilhão.
O lado negativo desta estratégia, do ponto de vista da Oi, é que haverá um inconveniente maior para os usuários de telefonia móvel da operadora, que teriam que optar por códigos de CSP diferentes em caso de roaming entre as regiões do PGO. Outro inconveniente é a impossibilidade de uma campanha nacional de uso do CSP. As ações de marketing precisariam ser feitas respeitando as regiões do PGO.
Longa distância