A fornecedora de soluções open source Red Hat aposta no avanço das automações e de tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA) para prover soluções às operadoras de telecom no Brasil.
Em entrevista exclusiva ao TELETIME, Alejandro Dirgan, líder da plataforma Red Hat Enterprise Linux para a América Latina, afirma que as teles têm empregado capacidades adicionais de modelos de IA generativa para enriquecer as aplicações e serviços ao cliente final.
"Isso faz com que os usuários possam interagir de uma forma muito mais rápida, não com um operador real, mas com chatbots que podem resolver a maioria gargalos em um tempo muito curto. É algo que vai aumentar a satisfação dos clientes não somente em telecomunicação, mas em todas as indústrias", afirma ele.
Outra abordagem importante é a otimização de recursos de infraestrutura. Por meio de tecnologias como deep learning, ressalta o executivo, é possível treinar modelos para ser mais efetivo na identificação de possíveis problemas nas redes tanto de telecom como de comunicações na indústria.
Uma das iniciativas da Red Hat ocorre por meio do Enterprise Linux, o sistema da companhia voltado ao mercado corporativo com suporte a virtualização e cloud. Nos últimos anos, uma das operadoras que vem usando os sistemas da companhia para acessar e reduzir o tempo de provisionamento de novos clusters é a TIM, que empregou a tecnologia na otimização de infraestruturas de TI. "Para a vertical de telecom, é muito importante ter serviços e contar com Inteligência Artificial para entender qual é a dinâmica, possíveis problemas e evitar eventuais efeitos negativos antes que eles ocorram", diz.
Além disso, a avaliação é que as demandas das operadoras nos próximos anos estarão relacionadas ao emprego de Internet das Coisas (IoT). Nas palavras do executivo, a tecnologia é importante para filtrar e proteger a grande quantidade de dados a partir de sensores.
Assim, as teles podem analisar toda a informação produzida de forma mais inteligente e rápida, ganhando poder de escala, por exemplo. "Normalmente com a IoT, o que está acontecendo é que se está gerando uma quantidade importantíssima de informação. Muitos estão com cada vez mais sensores para, por exemplo, para obter informação do mundo real".
A Red Hat há algum tempo tem na infraestrutura de edge computing um dos pilares para crescer em IoT e aumentar a familiaridade de redes de acessos abertas e desagregadas (Open RAN) às prestadoras de serviços. Para avançar, a Red Hat tem revisado sua arquitetura de redes ao lado de operadoras que planejam investimentos em infraestrutura de edge no Brasil.
Para 2025, Dirgan ressalta que as atenções da empresa estarão voltadas tanto à IA como à automação – duas tecnologias que estão entre as principais. Um dos movimentos será na padronização do sistema operacional, o Red Hat Enterprise Linux (RHEL).
"Se deixar que o sistema operacional cresça nas companhias de forma não controlada, vou ter um problema mais cedo ou mais tarde. Por isso, parte das nossas estratégias com os clientes também estará relacionada à padronização do sistema operacional e a utilização de tecnologias de Inteligência Artificial para o sistema, automação e também na gestão de conteúdos", finaliza.