O presidente da Qualcomm, Marco Aurélio Rodrigues, está desanimado com o processo de leilão de freqüências de terceira geração de telefonia celular no Brasil, ?que cada vez escorrega mais?. O executivo tenta sensibilizar o governo e a agência reguladora, ao frisar que esse leilão tem impactos importantes na macroeconomia e para o próprio governo, que retarda a arrecadação referente ao valor das licenças. Para exemplificar, ele compara que se forem vendidas quatro licenças ao custo de R$ 200 milhões cada, entrariam R$ 1 bilhão para os cofres públicos.
Obviamente, a empresa não está preocupada especificamente com as finanças públicas. Acontece que as licenças de 3G significam nova onda de investimentos no setor e mais receita para a Qualcomm, que faturou mundialmente US$ 7,53 bilhões no ano fiscal encerrado agora, 33% a mais do que em 2005. Os chipsets representaram a maior parcela da receita, com 57%; seguidos por licenciamento, 35%; wireless internet, 9%; e outras receitas, 1%.
Apesar do crescimento, Rodrigues diz que no Brasil a tendência de mercado é o desinvestimento se não sair a 3G. Isto teria afetado até a exportação de telefones celulares pelo Brasil. Apesar de figurar em primeiro lugar na lista de produtos exportados este ano, com receita de US$ 2,9 bilhões, o montante poderia ainda ter sido maior se já tivesse 3G no País, pois aumentaria o volume de produção, para o mercado interno e externo: ?Tivemos perdas expressivas para a Europa e Estados Unidos?. Nos países desenvolvidos só se fabricam aparelhos 3G, garante o executivo.
Faixas de freqüência