Após somar no terceiro trimestre 28,3 milhões de residências com cobertura de fibra disponível, a Vivo acredita que pode avançar e alcançar 29 milhões de lares ainda em 2024. No período, a empresa teve alta de 12,5% no número de casas conectadas, chegando a 6,7 milhões.
Para isso, a operadora mantém a estratégia de crescimento por meio da convergência no Vivo Total, plano que reúne seus serviços de fibra e do pós-pago. Na janela entre julho e setembro, o Vivo Total chegou a 2,1 milhões de assinantes (+92,2%), somando 30,7% dos acessos de FTTH, e representou 83% das altas de FTTH em lojas próprias da empresa (+ 4,4 pontos percentuais).
"Nossas ofertas, cada vez mais, além de trazerem a convergência com a fibra, trazem a convergência com outros serviços digitais", notou nesta quarta-feira, 6, o CEO da Vivo, Christian Gebara, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do trimestre encerrado em setembro.
Como mostrou TELETIME, nesta gama estão serviços de música, vídeo, cibersegurança e entretenimento, além da VivoPay, a plataforma de empréstimos pessoais da tele que alcançou R$ 823 milhões concedidos desde o lançamento, em outubro de 2020.
Neste sentido, o executivo disse, em conferência com analistas de bancos nesta manhã, que a companhia poderá destinar novos investimentos para a expansão do negócio de fibra, já que o capex para conectar novos clientes é quatro vezes maior nesta vertical.
"Portanto, temos que considerar que ainda teremos capex para isso [a expansão dos acessos]. Embora os custos estejam caindo, conectar ainda custa em torno de R$ 800. No nível de penetração atual, em que buscamos crescer as novas áreas, parte do capex ainda será necessário para aumentar a penetração", afirmou ele.
Além do crescimento orgânico, outras ações consideradas são as oportunidades via fusões e aquisições – a empresa reportou que segue negociando com a operadora paulista Desktop. Assim, a perspectiva é que a receita média por usuário (ARPU), que ficou em R$ 89,8 no caso de FTTH (+1,2%), poderá ter maior robustez. "O ARPU pode ser mais agressivo no ponto de entrada, porque estamos alcançando novas cidades e áreas."
Expansão do 5G
No terceiro trimestre, a operadora viu o número de acessos com 5G avançar 16,6%, para 13,8 milhões, mais do que o dobro em relação a igual período do ano passado (6,1 milhões). Já são 394 cidades cobertas pela empresa com a tecnologia, com presença em todas as cidades do País acima de 200 mil habitantes.
No entanto, para a tele, a expansão da rede 5G dependerá da compra de dispositivos que comportam a tecnologia pelos usuários. Atualmente, o valor de entrada desses devices é de R$ 949.
No trimestre encerrado em setembro, a receita com aparelhos e eletrônicos, que considera desde smartphones a devices para casas conectadas, foi de R$ 856 milhões (+5,1%). Dessa forma, a venda de smartphones compatíveis com 5G representou 86% (+3,4 p.p.) dos smartphones vendidos no período.
"A Vivo praticamente só vende aparelhos 5G, mas o que nós vendemos é uma parte pequena do canal de venda de smartphones no País", afirmou Gebara. "Então, ainda existem muitos outros revendedores de smartphones que ainda continuam vendendo os de 4G e há muitas pessoas que ainda não trocaram seus aparelhos."
De acordo com o CEO, a penetração de 5G na base da Vivo para clientes do pós-pago é superior a 30%. Por outro lado, esse patamar é bem inferior quanto o recorte são os clientes de planos pré-pago.
A companhia, que ressalta o fato de liderar o market share de 5G no Brasil (com 39,7% do mercado nacional), tem apenas 16,6% dos seus acessos com a tecnologia. "Então, o nosso crescimento vai muito em linha com isso, de dar a resposta à demanda e à disponibilidade de dispositivos", ressaltou o executivo.
Com o crescimento da navegação no 5G, frisa Gebara, o cliente passa a demandar um maior consumo de dados a partir do incremento na experiência. "Certamente teremos que dar resposta a isso, incrementando capacidade e levando essa cobertura para áreas que ainda não têm a disponibilidade do serviço".