A Vivo se mostra tranquila diante do aumento da concorrência com a chegada ao mercado da NuCel, a operadora móvel virtual (MVNO) do Nubank em parceria com a Claro. Para o CEO da operadora, Christian Gebara, o nível acirrado de concorrência é um fator comum no segmento brasileiro de telecom.
"Estamos acostumados a conviver com a competição. Se você acompanha o mercado há muito tempo, o mercado de telecomunicações no Brasil é muito competitivo. Então, é natural que a gente tenha que reagir e trabalhar sobre os competidores, seja ele quem for", afirmou o executivo nesta quarta-feira, 6, durante coletiva de imprensa para comentar os resultados do terceiro trimestre.
Para Gebara, é difícil fazer uma comparação entre as ofertas da MVNO do banco digital e a Vivo, já que a iniciativa do Nubank, por hora, tem apenas planos pré-pagos.
"Nós também temos ofertas pré-paga e controle competitivas. E a Vivo já deu um passo que vai além de simplesmente discutir franquia de dados e preço. Nossas ofertas, cada vez mais, além de trazerem a convergência com a fibra, elas trazem a convergência com outros serviços digitais", explicou o CEO, sobre a estratégia da companhia.
Neste sentido, ele ressaltou que a Vivo tem trabalhado em uma proposta de valor que inclui serviços de música, vídeo e cibersegurança, além da VivoPay, a plataforma de empréstimos pessoais que alcançou R$ 823 milhões concedidos desde o lançamento, em outubro de 2020 – algo que permite conhecer melhor o assinante e reduzir o nível de inadimplência.
"A Vivo continua com o foco em incrementar produtos e serviços sobre a base existente. Temos uma grande gama no controle, que é um plano de entrada do pós-pago com educação, saúde e entretenimento. E vamos continuar focados nisso, incrementando ainda muito mais a totalização com a fibra", diz.
Desktop
Aos jornalistas, Gebara também ressaltou que a Vivo ainda mantém conversas para uma eventual compra da Desktop, provedora com 1,1 milhão de clientes concentrados no interior do Estado de São Paulo. O diálogo entre as partes veio à tona em maio e ainda não teve um desfecho.
"É uma empresa que tem uma situação concentrada no estado de São Paulo, tem KPIs operacionais e financeiros que a gente vê porque são capital aberto de constante crescimento", disse ele.
No entanto, o CEO afirmou que ainda há aspectos específicos a serem analisados, como a sobreposição de rede e "outras questões que são parte de uma análise de uma empresa do tamanho e da relevância da Desktop."
"Estamos falando de uma empresa que tem mais de um milhão de clientes, uma rede de mais de 4 milhões de domicílios passados e está em 150 cidades do estado de São Paulo", finalizou o executivo.