Em um esforço concentrado, Anatel, Ministério das Comunicações e operadoras estão preocupados em garantir a manutenção dos serviços no Amapá, que está há quase três dias sem energia elétrica por conta de um incêndio na principal estação de energia local. A preocupação é que a falta de energia elétrica possa comprometer também alguns serviços de telecom, que por enquanto têm operado apenas com energia fornecida por meio de geradores, mas que podem ser interrompidos se o abastecimento de combustível ficar comprometido.
Um incêndio em uma subestação de Macapá na noite da terça-feira, 3, causou um apagão no estado e afetou "severamente" o suprimento de energia na capital, informou o Ministério de Minas e Energia (MME). Além da capital, 14 cidades do estado estão sem energia elétrica.
Segundo o Superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Santana, a autarquia e as principais operadoras estão avaliando a melhor forma de mitigar os efeitos do apagão que assola o estado há três dias.
Hoje a principal demanda é garantir combustível para manter os grupos geradores que estão mantendo em funcionamento as estações de telecomunicações. "Basicamente a rede de telecom se sustenta com uma rede de acesso e estações de maior hierarquia, que concentram o tráfego. Essas estações maiores têm Grupo Motor Gerador (GMG) e estão de pé, apesar do apagão", disse Santana ao TELETIME.
"Os GMGs precisam de combustível, e então estamos interagindo com as autoridades locais para priorizarem o atendimento às empresas de telecomunicações. O caso [do apagão] aumentou muito a demanda por combustível, então há certa escassez, por isso a necessidade de priorizar os setores de infraestrutura", afirmou o representante da Anatel.
Na noite desta sexta-feira, Gustavo Santana informou ao TELETIME que a agência possui um representante no comitê de crise local e após algumas conversas, ficou acertado que as estações de telecomunicações no estado que estão funcionando com grupo gerador, terão prioridade para a aquisição de combustível. "Telecom sem energia elétrica funciona com grupo gerador. Nesse sentido, para garantir o fornecimento dos serviços à população, conseguimos priorizar no estado o acesso à combustível para manter os geradores das estações de telecomunicações em funcionamento", afirmou Santana. Ele lembrou que muitas industrias estão funcionando com grupo gerador, o que tornou o insumo escasso.
Outra prioridade dada ao setor veio da companhia de energia elétrica do Amapá. "Conseguimos junto à distribuidora de energia do estado acertar que com o retorno gradativo da carga de energia, as principais estações sejam atendidas prioritariamente no fornecimento de energia. Essas estação são as que atendem hospitais, unidades de segurança e as estações concentradoras, que são as que suportam o tráfego do estado", disse o Superintendente de Controle de Obrigações da Anatel.
Por meio de sua conta no Twitter, o ministro Fábio Faria disse que a pasta está acompanhando de perto a crise no Amapá e confirmou que os serviços de telecomunicações estão funcionando de maneira precária por geradores. "Junto com o Gabinete de Crise e o Ministério de Minas e Energia, nós disponibilizamos Internet via satélite e doação de computadores. Também estamos em contato com operadoras e a Anatel para demais medidas de retorno à normalidade", prosseguiu Farias. É de se presumir que a conexão por satélite seja feita por meio do SGDC.
Faria ainda afirmou que há uma força tarefa em conjunto com o Comitê de Crise do Amapá para "viabilizarmos combustível para os geradores das operadoras de telecom". Além disso, diz que está em contato com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para estudar novas ações do Minicom.
As operadoras
Em nota enviada ao TELETIME a Conexis (ex-SindiTelebrasil), entidade que reúne as grandes operadoras de telecomunicações do Brasil, confirmou que o setor está com equipes dedicadas e garantindo o funcionamento dos serviços por meio de grupos geradores. Confira a nota na íntegra:
"A Conexis informa que as operadoras estão realizando esforços para manter o funcionamento de suas redes na região afetada pelo apagão, com equipes dedicadas e utilizando geradores próprios. No entanto é preciso que o abastecimento de energia seja reestabelecido para que os serviços sejam normalizados prontamente."
(Com a colaboração de Samuel Possebon e Bruno do Amaral)
Eu já temia esse cenário!
O Amapá virou cenário de guerra por causa de 1 raio…
Viva o Brasil, país da Copa, do futebol e do Carnaval.