Rio tem pior serviço de TUPs, segundo pesquisa

Um dos principais serviços de telecomunicações do País vem apresentando problemas sérios. Trata-se da rede de Telefones de Uso Público (TUPs), os famosos orelhões, que são monopólio das concessionárias e estão sujeitos, assim como as demais modalidades do STFC, a compromissos de universalização, qualidade e continuidade. Pesquisa encomendada pelo Instituto Iost revelou falhas na prestação das concessionárias Brasil Telecom, Telefônica e Oi nas principais unidades da federação onde atuam.
A pesquisa, realizada entre 2 e 19 de agosto, avaliou a situação de 1,374 mil orelhões no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, além de ouvir a opinião de 1,817 mil usuários. Os piores resultados estão na área de responsabilidade da Oi. Na cidade de Niterói, metade dos TUPs analisados estava inoperante. Já São Gonçalo foi a única cidade a registrar um número maior de telefones públicos com defeito do que em pleno estado de uso: 54% dos equipamentos analisados não completaram as ligações realizadas.
Para o presidente de instituto, José Zunga, a pesquisa preenche uma lacuna nas análises da Anatel sobre este ramo da telefonia. Zunga defende que a Anatel deveria fazer um acompanhamento mais acurado deste serviço e o estudo, apesar de restrito a apenas três estados, já descreve o panorama dos problemas enfrentados pelo consumidor.

Notícias relacionadas
Pela pesquisa, a Brasil Telecom apresentou os menores índices de problemas nos telefones públicos. Do total analisado, 11% tiveram problemas ao completar as chamadas. Este índice, em São Paulo, foi de 20% e no Rio de Janeiro, de 39%.

O dobro do preço

O instituto também avaliou os preços dos cartões indutivos praticados pelas revendas nesses três estados. A regra do setor exige das empresas a venda dos cartões por um preço pré-estabelecido, mas não há controle sobre os valores praticados por cada estabelecimento do varejo. Os preços observados pelos pesquisadores chegam a ser quase o dobro do fixado oficialmente pela Anatel. No caso do cartão de 20 créditos, o menor disponível no mercado, 42% dos estabelecimentos analisados cobram R$ 4 dos clientes, enquanto o preço oficial gira em torno dos R$ 2,50.
A maioria dos usuários entrevistados (50%) apóia a idéia de estabelecer a venda de cartões com menor número de créditos. Neste caso, o cartão mais defendido teria 10 créditos. O motivo alegado para a escolha é o menor custo que este carão teria para o consumidor. A maior parte dos usuários de orelhões nas regiões analisadas possui telefone celular pré-pago (68%) e linha fixa residencial (58%). O uso dos telefones públicos se dá majoritariamente para a realização de chamadas pessoais (61%), mas há ainda um grande número de pessoas que também utilizam os orelhões para o trabalho (35%). A escolha por usar os telefones públicos é a economia para quase a totalidade dos entrevistados. No DF, 93% dos usuários deram essa explicação para usar os orelhões; no Rio de Janeiro, 90%; e em São Paulo, 86%. Apesar da economia, os entrevistados acham que o preço do cartão ainda é caro.

Desconhecimento

Com relação aos problemas encontrados nos telefones, a maioria dos consumidores mostrou pouco conhecimento sobre a responsabilidade da Anatel em fiscalizar o funcionamento da telefonia pública. Em respostas espontâneas, a maior parte dos entrevistados responsabilizou as concessionárias pela fiscalização dos serviços e garantia de qualidade na oferta. Dos mais de 1,8 mil entrevistados, 45% responderam não saber o que é a Anatel. No Rio de Janeiro, este índice chegou a 53%.
Quase a totalidade dos clientes ouvidos (94%) classificou como "importante" ou "muito importante" que a Anatel fiscalize o cumprimento dos direitos dos usuários de TUPs. E 63% avaliou que a agência fiscaliza "mal" ou "muito mal" estes serviços.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!