Com a exceção dos papéis da Tele Centro Oeste Celular, o mercado continuou batendo forte nas ações da Vivo, cujos leilões de ofertas públicas de ações (OPA) serão realizados na próxima sexta-feira. Prevaleceu entre os investidores a idéia de que os papéis da CRT Celular, Tele Leste e Tele Sudeste terão sua liquidez sensivelmente esvaziada a partir da semana que vem. Na semana, as quedas andaram, em geral, por volta de 10%.
Note-se que, tirando CRT ON, todos os demais papéis estão com preço de mercado bem abaixo do valor ofertado pela Brasilcel (controladora das operadoras). No caso específico da Tele Sudeste, a diferença entra a cotação presente (R$ 0,82) e o preço oferecido pela Brasilcel (R$ 1,10) chega a 34%. Mas se não vale a pena arriscar? Para a maioria dos analistas ouvidos por TELETIME News, é grande o risco de ?micar? com as ações depois dos leilões. A Brasilcel se dispõe a comprar apenas um terço dos papéis em circulação no mercado. As ações remanescentes ficarão sujeitas a condições menos favoráveis de negociação no dia-a-dia, porque o volume total para a movimentação será bem menor, podendo mesmo sair do índice da Bolsa de Valores de São Paulo (e de todas as carteiras de investimentos baseadas no Ibovespa). Ou seja: a liquidez será muito menor.
Divergências
Convém lembrar, porém, que há análises de profissionais muito respeitados, com ponderações importantes a respeito dessa queda de liquidez. A Fator Corretora, por exemplo, defende que o free float a ser abrangido pela proposta da Brasilcel é bem maior do que se imagina. Ou seja: o risco de ?micar? num ambiente de menor liquidez com papéis não vendidos pelo preço ofertado pela controladora é menor. Isso porque há um bom número de acionistas inativos que nem sequer sabem que são proprietários dos papéis ? trata-se de assinantes do antigo Sistema Telebrás, que recebiam ações ao entrar num plano de expansão, dos quais eram considerados financiadores. Jacqueline Lison, que assina o estudo, acredita que 25% dos acionistas não vão aderir ao OPA. A parcela a ser absorvida pela controladora da Vivo poderia chegar, em termos efetivos, a algo entre 39% (CRT) a 44,4%.
Maior é o consenso de que menor as ações preferenciais da Tele Centro-Oeste Celular oferecem menor risco. São os papéis da Vivo com maiores chances de valorização, no curto prazo, após a realização dos leilões das Ofertas Públicas de Ações (OPA). Não é por outra razão que são os papéis que menos sofreram. Nesta quarta-feira, TCOC foi inclusive em sentido contrário da tendência baixista do mercado e subiu quase 1%. Mesmo depois da operação, as ações da TCOC continuarão atreladas à Telesp Celular por força da proposta da Brasilcel.