A evolução das tecnologias de transmissão de TV tem sido um tema fascinante, especialmente quando consideramos a integração com dispositivos móveis. A Índia, com sua rápida adoção de inovações, está se destacando como um dos principais atores nesse cenário, abrindo caminho para uma nova era na maneira como consumimos conteúdo audiovisual, que, de maneira cada vez mais rápida, se aproxima dos horizontes brasileiros com a provável chegada da TV 3.0 em 2025.
A transição do padrão 2.0 para o 3.0 na transmissão de TV representa uma revolução tecnológica. Um dos aspectos mais promissores dessa mudança é a introdução de antenas de dupla polarização (sistema MIMO) para o recebimento do sinal em dois planos, dobrando a capacidade de informação a ser processada em relação as antenas atuais com polarização simples (sistema SISO).
Outra inovação crucial é o uso de conversores que permitirão que televisores mais antigos se beneficiem das novas tecnologias. Essa medida inclusiva garante que, mesmo aqueles que não possuem aparelhos de última geração, possam desfrutar das melhorias proporcionadas pelo novo padrão de transmissão. Essa abordagem pode ser decisiva para assegurar uma transição suave e acessível, minimizando os custos para os consumidores.
A integração entre TVs e dispositivos móveis é outra característica que promete transformar a experiência de assistir TV. Imagine capturar conteúdo diretamente do celular para a tela grande, criando uma experiência mais dinâmica e interativa? A capacidade de interagir em tempo real, gravar programas e acessar um vasto repositório de conteúdos personalizáveis coloca o controle nas mãos do usuário como nunca antes. Isso marca um passo significativo em direção à personalização total da experiência televisiva. Estamos prontos para ele?
Essa personalização também traz novas oportunidades para o mercado publicitário. A segmentação mais precisa para anunciantes significa que o conteúdo publicitário pode ser adaptado ao perfil de cada espectador, tornando as campanhas mais eficazes e relevantes. A colaboração entre universidades e desenvolvedores de tecnologia está sendo essencial nesse processo, trazendo inovação e conhecimento científico para a criação de novos padrões e funcionalidades.
No Brasil, essa revolução tecnológica também está gerando grande expectativa. Com a alta penetração de televisores e dispositivos móveis no País, a adoção do novo padrão 3.0 pode ampliar significativamente o acesso a conteúdo de alta qualidade em regiões remotas e urbanas. Além disso, a possibilidade de converter televisores mais antigos através de adaptadores tecnológicos pode ser especialmente relevante para a vasta população que ainda utiliza aparelhos convencionais. A integração com dispositivos móveis, em um País onde o uso de smartphones é extremamente difundido, pode transformar a maneira como os brasileiros consomem mídia, tornando a experiência televisiva mais interativa e conectada com as necessidades e preferências de cada espectador.
O futuro da TV aberta também parece promissor, com a possibilidade de oferecer resolução 8K e interatividade diretamente na programação ao vivo. Isso pode revolucionar o consumo de conteúdo, permitindo que os espectadores acessem programas sob demanda e desfrutem de uma qualidade de imagem impressionante. A flexibilidade que hoje é sinônimo de serviços de streaming pode ser incorporada à experiência de assistir TV, trazendo de volta um público que busca conveniência e personalização.
A evolução das tecnologias de TV, especialmente com a transição para o padrão 3.0 e a integração com dispositivos móveis, promete uma verdadeira revolução na maneira como consumimos conteúdo. Com a possibilidade de interatividade, personalização e alta qualidade de imagem, estamos caminhando para um futuro em que a experiência televisiva será mais rica, envolvente e adaptada às necessidades de cada espectador. E, à medida que a publicidade evolui junto com essas tecnologias, o mercado como um todo deve se transformar, oferecendo novas forma de interação e comunicação entre as emissoras e o público.
* Gilberto Gandelman é CEO da Proeletronic. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente a visão de TELETIME.