Oi considera modelo híbrido com DTH e banda larga

O crescimento observado no mercado de TV por assinatura tem sido menor do que o dos últimos anos, mas o setor ainda encara isso com uma perspectiva otimista. Um dos pontos principais observados durante painel na ABTA 2013 em São Paulo, nesta terça-feira, 6, é que a escolha da tecnologia ainda é importante.

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Um exemplo é o da Oi, que conta agora com o ganho que o satélite SES-6 vai trazer para a operação de DTH da empresa, dobrando a capacidade. Lançado em junho, o equipamento tem toda a capacidade em banda Ku dedicada ao País contratada pela operadora. "Nossa ambição com TV por assinatura é grande, e para dar cobertura nacional, já que a Oi só não atua no residencial em São Paulo, a gente precisava da infraestrutura de DTH", explica o diretor geral da Oi TV, Ariel Dascal. "Estamos enxergando isso como uma forma rápida de time-to-market, mas continuamos com nossa aposta em fibra", garante, ressaltando que a estratégia inicial continua a mesma e que a implementação do FTTH depende da concentração de potenciais assinantes de acordo com a relação entre infraestrutura, escolaridade e renda. O que ainda não está claro, nem Dascal esclarece, é o ritmo de expansão da rede de fibra.

Uma opção que a operadora acredita ser viável, considerando que praticamente todos os seus assinantes de DTH são clientes de outros produtos da Oi, inclusive banda larga, é o serviço híbrido de satélite que já está "disponível, testado e comprovado em vários países". A plataforma escolhida, segundo Dascal, não seria o Mediaroom, middleware da Ericsson comprado da Microsoft que é utilizado no serviço FTTH da empresa. "Mas a experiência para o usuário é mais ou menos a mesma e os serviços são mais ou menos os mesmos". Nesse modelo, o conteúdo linear é entregado pelo satélite, enquanto o não-linear é por banda larga. Embora não tenha revelado uma data exata, ele confessa que a ideia é ter essa nova tecnologia a tempo da Copa do Mundo de 2014 ou das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. "Seria interessante ter esses serviços para os eventos esportivos", diz.

O crescimento do DTH para a operadora representa uma oportunidade maior de cobertura em um tempo menor. "Se a gente for analisar o crescimento da TV por assinatura nos últimos cinco anos, o DTH cresceu 50%, enquanto o cabo cresceu 15%, um nível mais comedido", explica, ressaltando a força da operação por satélite. O diretor de mercado da Net Serviços, André Guerreiro, diz que o importante é o conteúdo chegar ao consumidor. "A infraestrutura para mim é meio, vai ganhar o jogo quem entregar o melhor conteúdo, não importa como. Na condição atual, o cabo tem uma vantagem competitiva, a vantagem dele passa por ser uma tecnologia de convergência plena, pois entrega os três produtos numa mesma rede, e eventualmente para entregar produtos como Now (serviço de vídeo on-demand da operadora) e velocidades mais alta", declara.

Modelos de empacotamento

Ariel Dascal defende também a revisão da proposta de valor. "Da mesma forma que há o (pacote) básico e minibásico, talvez tenhamos que ver novas estruturas", explica. A ideia é investir no conteúdo e nas ofertas triple play – segundo ele, a empresa conta com uma penetração de banda larga grande entre os assinantes de TV paga. André Guerreiro, da Net, diz que há uma relação maior na empresa agora com a Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que proporcionou à empresa operar com TV nos lugares onde já oferecia banda larga. "Agora está longe porque nossa entrega de TV por assinatura começou em janeiro, mas onde tenho os três produtos, a maioria absoluta tem ao menos dois produtos", declara. Mas o executivo diz que o churn é um fator importante: cerca de 70% das pessoas que saem de uma banda larga ou TV paga, em três ou quatro meses estão em outro player.

Até por isso, o executivo da Net alega que há uma necessidade de maior investimento em infraestrutura. "Os consumidores vão vir, cabe a nós criar as condições para isso", afirma. Ele correlaciona isso ao aumento da demanda, que, por sua vez, está ligada ao aumento da renda e da escolaridade do consumidor. "É menos uma questão de variar o empacotamento do que adequar a grade de programação".

Na visão de Guerreiro, o momento de desaceleração não representa um risco para o setor. "Quem está na TV por assinatura tem de ser otimista, a gente já passou por diversas crises e não desistimos nunca", diz. Mas ressalta: "Sou otimista, mas tenho previdência e seguro, não sou otário. Temos que buscar as coisas que otimizem tudo. Tem que ter fomento, inclusão digital, garantir regras isonômicas e saudáveis para todos os segmentos e criar modelos de negócios sustentáveis".

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