A produção da indústria eletrônica sofreu queda de 11% em maio em relação a abril, segundo dados levantados pelo IBGE, agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e divulgados nesta sexta-feira, 6. Mesmo às vésperas da Copa do Mundo, a maior queda foi justamente de aparelhos de áudio e vídeo, com 22%. Somente os equipamentos de comunicações mostraram aumento, de 5,5%.
Como a área elétrica também apresentou queda (6,3%), o setor eletroeletrônico acabou mostrando uma redução de 8,7% no mês. Os eletrodomésticos mostraram retração de 16,3%, enquanto apenas a produção de pilhas e bateria (4,7%) e de geradores, transformadores e motores elétricos (1,6%) apresentou crescimento.
Com relação a maio do ano passado, a produção do setor eletroeletrônico recuou 5,5%. Considerando os cinco primeiros meses de 2018, a produção total avançou 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesse acumulado, o setor eletrônico apresentou avanço de 21,5%, enquanto o elétrico recuou 1,5%.
De acordo com o presidente da Abinee, Humberto Barbato, "a greve dos caminhoneiros foi decisiva para o resultado, interrompendo um ciclo positivo que esperávamos há tanto tempo". A avaliação do executivo é que a paralisação também afetou a geração de empregos, justificando o fechamento de cerca de mil postos de trabalho em maio, embora a greve em si tenha começado no dia 21 daquele mês. "A paralisação foi um grande desserviço à indústria, tirando a confiança do empresário e do consumidor. Infelizmente os reflexos deverão ser sentidos também no desempenho de junho", afirmou ele em comunicado.