Dilma teria sido monitorada até no telefone via satélite

No último sábado, 4, na semana em que os governos do Brasil e dos Estados Unidos selaram as pazes após dois anos de relações estremecidas por conta de denúncias de ciberespionagens, novas denúncias afirmaram que a presidenta Dilma Rousseff e vários membros da sua equipe foram continuamente monitorados pela agência de segurança americana (NSA) à época do primeiro mandato, em 2011. Reportagens do site The Intercept e do canal Globo News com base em supostos documentos liberados pelo site Wikileaks afirmam que não apenas telefones do gabinete de Dilma foram grampeados, mas até seu telefone do avião presidencial, cuja empresa responsável pelos serviços é a Inmarsat.

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O documento se limita a divulgar os nomes e os terminais que foram rastreados. Nela, há registro de várias escutas em linhas fixas atribuídas ao gabinete presidencial, ao escritório do Palácio do Planalto, ao avião presidencial e a pessoas ligadas ao Ministério das Finanças. Na aeronave, quem presta serviço de telecomunicações por satélite é a companhia Inmarsat, que, por meio de assessoria de imprensa, disse que "não comenta rumores".

A maioria dos grampeados consiste de pessoas que eram da equipe da presidenta e tinham ligações com assuntos econômicos, em especial por conta de decisões estratégicas possivelmente ligadas à Petrobras. De acordo com o documento, os nomes incluem o secretário executivo do ministro das Finanças, Nelson Barbosa; um dos diretores do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva/ o ex-chefe de equipe do ministério das Finanças, Luiz Eduardo Melin de Carvalho e Silva; o chefe de finança e economia do Ministério de Relações Exteriores, Luis Antônio Balduíno Carneiro; o ex-ministro de RE e embaixador do Brasil nos EUA, Luiz Alberto Figueiredo Machado; e o ex-chefe da casa civil e ex-ministro das Finanças do governo Lula, Antonio Palocci.

À emissora, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou ainda no sábado que o episódio de grampos por parte da NSA estaria superado, que os fatos são antigos e que o governo norte-americano já "reconheceu internacionalmente o erro e assumiu compromisso de mudança de prática". Na reportagem veiculada no dia, um dos responsáveis pelo artigo do The Intercept, David Miranda (o outro é Gleen Greenwald, jornalista que primeiro publicou as denúncias do ex-agente da NSA, Edward Snowden, em 2013), afirmou que o momento da publicação da denúncia se tratou de "coincidência", sem relação com a recente visita de Dilma a Washington para selar as pazes com o presidente Barack Obama.

A reaproximação de Dilma e Obama não apenas selou a paz na relação entre os governos, mas também gerou um comunicado conjunto no qual as duas administrações se comprometem com diversos assuntos ligados à governança de Internet, bem como questões de cibersegurança. As denúncias de Snowden provocaram mal-estar entre os países, mas também motivou o discurso da líder brasileira na Assembleia Geral da ONU em 2013, que gerou o embrião do que veio a ser o NetMundial, realizado em São Paulo em 2014 e palco da assinatura do Marco Civil da Internet.

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