UE lança estratégia digital internacional e mira parcerias com América Latina

Foto: Pixabay

Órgão executivo da União Europeia (UE), a Comissão Europeia apresentou nesta semana uma estratégia digital internacional voltada à cooperação com outros países e regiões, incluindo a América Latina. Os planos foram apresentados na última quarta-feira, 4, e detalhados na quinta-feira, 5.

A intenção do bloco é combinar investimentos públicos e privados em uma "oferta empresarial tecnológica da UE" para países parceiros. Segundo a vice-presidente executiva da Comissão Europeia para soberania digital, segurança e democracia, Henna Virkkunen, a abordagem deve mirar especialmente a África, a América Latina e a Ásia.

As áreas que podem receber investimentos dentro do novo plano passam por "fábricas" de inteligência artificial (IA), conectividade (incluindo 5G e 6G), semicondutores, infraestruturas públicas digitais e cibersegurança, entre outros temas.

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A estratégia também busca "reforçar a governança digital global, promovendo uma ordem digital global baseada em regras, em conformidade com os valores fundamentais da UE". O esforço  envolve a atuação das plataformas digitais, sobretudo em temas como proteção de crianças online, privacidade de usuários e liberdade de expressão.

"À medida que a revolução digital transforma economias e sociedades em um cenário geopolítico global mais desafiador do que nunca, a nova Estratégia Digital Internacional da UE demonstra que a União é um parceiro estável e confiável, aberto à cooperação digital com aliados e parceiros", aponta a Comissão Europeia.

A intenção do órgão é detalhar as propostas em uma série de eventos, com o objetivo de começar a implementar as ações descritas na nova diretriz "o mais rápido possível".

Telecomunicações

No campo das telecomunicações, um dos temas que interessa à UE é a segurança e resiliência de redes e infraestruturas. Entre as possibilidades vislumbradas estão importar o arcabouço de cibersegurança 5G Toolbox do bloco para outros países e ampliar esforços em curso para ampliação e proteção de sistemas de cabos submarinos.

Satélites e data centers também são mencionados. "Buscaremos desenvolver uma rede segura de cabos de comunicação submarinos e terrestres conectando a UE a países parceiros, bem como uma conectividade espacial soberana e resiliente". Neste sentido, o bloco pretende atuar como um "hub internacional" digital.

No caso do Brasil, a estratégia aponta que o País já tem estabelecido um Diálogo Digital com a União Europeia, além de ser uma das nações que possui Diálogos sobre Cibersegurança com o bloco. Já a América Latina e o Caribe são parceiros da UE no âmbito da iniciativa Global Gateway, que perpassa os setores digital, energético, de transportes, saúde, educação e pesquisa.

Importante notar que instituições europeias também têm apostado em novos projetos de conectividade ao lado do Brasil, incluindo em campos como cabos submarinos e satélites. Além disso, dois dos três maiores grupos de telecomunicações com atuação no País possuem controladores europeus.

Identidade digital

Outro desejo da UE tem a ver com a estratégia de identidades digitais que tem sido implementada pelo bloco. Com o novo plano de cooperação internacional, há intenção de viabilizar acordos de reconhecimento mútuo com parceiros-chave, que possam simplificar os negócios transfronteiriços e facilitar a mobilidade de cidadãos.

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