Nos EUA, onda do FTTx dará frutos em quatro anos

O setor de telefonia fixa nos EUA vive um momento delicado de transição. Na opinião de alguns analistas de mercado ouvidos por este noticiário durante a Globalcomm 2006, evento da indústria de telecom que acontece esta semana em Chicago, os frutos das mais recentes decisões estratégicas das empresas de telefonia, como a construção de redes massivas de fibra óptica em FTTx (diferentes arquiteturas baseadas no conceito de levar a fibra até um determinado ponto), atualizando boa parte das velhas redes de cobre existentes, só começarão a ser colhidos daqui a três ou quatro anos de maneira efetiva. De um modo geral, as empresas de telefonia, apesar do tamanho das redes e dos faturamentos fabulosos, estão atrás em termos de inovação em relação às indústrias de telefonia móvel e cabo. Ambas, nos EUA, estão em processos mais avançados de convergência e especialmente o cabo já representa competição efetiva par as teles em termos de banda larga e serviços de voz.
A pergunta dos analistas é onde as redes de fibras ópticas das teles vão chegar. No caso da Verizon (com o serviço FiOS), são investimentos de mais de US$ 8 bilhões ao ano para colocar fibras na porta de cada cliente de maior potencial, o que representa um custo de mais de US$ 3 mil por domicílio, segundo as estimativas dos analistas, o que significa um retorno, depois que o usuário assina serviços convergentes, de pelo menos quatro anos.
No caso da AT&T (com o serviço Lightspeed), a cobertura está sendo feita com a arquitetura FTTP (Fiber to the Premises), como a Verizon, ou FTTN (Fiber to the Node), para chegar a 19 milhões de lares até o final de 2008. Segundo Christopher Rice, vice-presidente de redes da AT&T, o ritmo de implantação é três vezes mais rápido o que as empresas de cabo levaram para atualizar as suas redes, no final dos anos 90. Além disso, a aposta da AT&T é que, além da fibra, um novo conceito de distribuição dos sinais de TV dê às telcos vantagens que as operadoras de cabo não têm, como a flexibilidade de comutar os sinais de vídeo para qualquer rede, criando transições uniformes entre plataformas e permitindo inclusive o deslocamento espacial do assinante. Juntas, AT&T e Verizon ainda não chegaram a 1 milhão de usuários de TV.

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Outro problema para as operadoras fixas nos EUA tem sido a convergência com plataformas móveis. Ainda que a Verizon tenha o seu braço Verizon Wireless e que a AT&T seja sócia da Cingular, em ambos os casos há outros acionistas nas empresas de telefonia celular, com poderes de veto sobre estratégias combinadas. No caso da Verizon, a Vodafone tem inclusive criado barreiras para uma convergência maior com a rede fixa, segundo a análise feita pelo analista Bill Babcock a este noticiário. Tudo por conta de uma constante disputa societária entre as empresas.

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