Embora o foco da TIM seja na estratégia industrial, haverá um ganho financeiro com a venda de 51% da participação no novo veículo de última milha de fibra para rede aberta, a FiberCo. Conforme divulgado na noite da quarta-feira, 5, a IHS pagará cerca de R$ 1,6 bilhão pelo negócio, sendo uma primeira parcela de R$ 609 milhões com destinação ao caixa da FiberCo.
A avaliação da TIM é que, considerando o EBITDA do negócio com a TIM como cliente principal, esse montante será suficiente para os projetos dos próximos três anos, incluindo expansão além do planejamento industrial inicial.
Os demais R$ 1,027 bilhão seriam utilizados como recurso para ajudar no financiamento da compra da Oi Móvel (que será dividida com Vivo e Claro em partes não igualitárias). Porém, o CEO Pietro Labriola argumenta que não é essa a principal finalidade.
"Não estamos fazendo porque precisamos de dinheiro, mas porque teremos uma empresa completamente focada", declarou ele em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 6. O executivo diz que é por isso que não procuraram fundos de private equity, mas uma empresa que pode alavancar as oportunidades de telecomunicações no Brasil.
Ainda assim, há um ganho: a FiberCo terá um múltiplo de 21x o valor da empresa em cima do EBITDA pro-forma de 2020, totalizando um valor de empresa de R$ 2,6 bilhões. E há a oportunidade de crescimento, se o potencial seguir a tendência do mercado. Para efeito de comparação com uma plataforma similar (embora de rede neutra), a InfraCo da Oi tem uma previsão de valorização de 14,4x o EBITDA em 2022, segundo relatório da UBS.
Próximos passos
"Claro que temos flexibilidade de acelerar, porque queremos usar o veículo para avançar a cobertura", destacou Labriola. "Do ponto de vista financeiro, tem todos os elementos para acelerar ainda mais. E uma vez que possamos ter a operação, o próximo passo será avaliar a velocidade certa para a expansão."
Segundo o VP de regulatório e institucional da TIM, Mario Girasole, o pedido de anuência da operação com a IHS será enviado na próxima semana. "Não é uma operação de complexidade regulatória de algum tipo, portanto a gente espera que isso tenha um rito rápido de aprovação", declarou.