A TIM encara com naturalidade os questionamentos à venda da Oi Móvel no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e, por isso mesmo, não acredita que haverá percalços que provoquem o adiamento da transação. A operadora inclusive já está preparando a infraestrutura para a futura integração com os ativos vindos com a aquisição, e entende que a partilha com a Claro e a Vivo indicam uma "solução de um problema".
O CEO da TIM, Pietro Labriola, afirma que não haveria outra alternativa para a Oi no âmbito da recuperação judicial, e lembra que o cenário do espectro no País será logo modificado com o leilão de 5G.
"Vamos ter um leilão gigante e todos esses operadores que querem [o espectro disponibilizado pela Oi] têm a grandíssima oportunidade de comprar frequências. É difícil dizer que não se pode fazer a operação por não haver a frequência, sendo que tem a frequência à venda e não se compra", provocou o executivo em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 6.
O vice-presidente regulatório e institucional da TIM, Mario Girasole, coloca que o Cade ter aceitado a entrada de interessados como Algar, Sercomtel, Neo Associação, TelComp e Idec no processo já era esperado e parte do rito. Apesar de essas entidades terem solicitado pela não aprovação da venda da Oi Móvel, o executivo diz que não há questionamentos à operação, mas de "eventuais ajustes".
"Antes de ser uma operação de compra, ela é de venda, gerada de um processo difícil que é a RJ. Então está se dando uma solução a um problema", declara Girasole. "Evidente que as operadoras que não têm força [para a disputa pelo ativo] tentam colocar argumentos, mas, francamente, não estamos percebendo nenhuma resistência à operação."
Por conta disso, e por acreditar que a partilha feita com Claro e Vivo já endereçariam questões concorrenciais, Girasole entende que as aprovações da Anatel e do Cade sairão ainda neste ano. "Estamos falando de três categorias de ativos: espectro, que sabemos que tem uma regulamentação de spectrum cap; clientes, com atribuição seguindo o fortalecimento do menor player, quase que para criar mais uma opção forte no mercado; e contratos de acesso a torres de terceiros." Ou seja, não seria uma aquisição de uma empresa, com CNPJ separado, mas de parte de sua operação.