Com um desempenho de constante crescimento de dois dígitos com a Internet residencial, a TIM agora planeja parcerias para permitir uma expansão maior e mais eficiente da infraestrutura de fibra até a residência (FTTH). Diferente do que Oi e Vivo estão fazendo, contudo, não se trata do modelo de franquias, mas de uma parceria com a possibilidade de aproveitamento da rede, seguindo a máxima de "Capex inteligente" que a operadora procura promover.
"Nosso novo projeto da TIM Live consiste em encontrar um parceiro para avançar a expansão do FTTH. Isso está desenvolvendo muito, já temos mais de 20 NDAs [non-disclosure agreements], e no segundo semestre, esperamos fechar os contratos", declara o CEO da TIM, Pietro Labriola, durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre nesta quarta-feira, 6.
Segundo o CFO da operadora, Adrian Calaza, o projeto foi fruto de estudos intensos no último ano. A decisão foi de criar um veículo de infraestrutura que possa alocar os ativos secundários de última milha e instalação da fibra para parceiros. "Estamos procurando os parceiros certos, porque há necessidade de infraestrutura para todos", diz.
A criação desse novo veículo permitirá acesso à capacidade para mais de um player. "É importante que o uso da fibra seja eficiente, e um operador apenas usar uma parte pequena da capacidade não seria otimizado. Por isso, o uso dessa infraestrutura será aberto a outras operadoras", declara.
Oportunidades da banda larga
Calaza explica que há ainda muitas oportunidades para a banda larga fixa no Brasil, incluindo com a fibra, cuja penetração nas residências é inferior a 20% no País. Ele ressalta que a TIM Live tem mantido uma média de crescimento de cerca de 30% ao ano na receita. Neste último trimestre, o segmento teve receita em torno de R$ 146 milhões, com aumento de 29,1%. "Mesmo que hoje essas receitas sejam apenas 3 ou 4% da receita total, ao mesmo tempo é um negócio que demanda de um Capex significativo – quase 20% dos investimentos são para FTTH. Essa é a maior razão para nós tentarmos [a abordagem de] colocar o Capex inteligente", declara.
O executivo não compara com a iniciativa no modelo de franquias das concorrentes. "Sabemos que há muitos ISPs no País, mas a abordagem deles é diferentes da nossa. Ficamos mais confortáveis em crescer no 'greenfield', porque há muitas oportunidades em ultra banda larga, e achamos que há falta de infraestrutura", diz, referindo-se ao termo para projetos que ainda não sairam do papel.