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WhatsApp e 4G impulsionam receita de dados na TIM

Apesar da queda nas receitas registrada neste primeiro trimestre do ano, a TIM afirma estar satisfeita com os resultados, em particular com o desempenho da receita de dados e SVA, que cresceu 46% no comparativo anual e já representa 32% das receitas móveis. Um dos grandes impulsionadores do aumento desse perfil de consumo foi o lançamento da parceria com a over-the-top WhatsApp, que o presidente da operadora, Rodrigo Abreu, ressalta como um "diferencial competitivo" e com impacto até menor do que o esperado na rede. "Nossa rede está preparada, mas o perfil acabou tendo impacto bastante menor do que aplicações que consomem mais vídeos e são mais pesadas", declarou ele durante teleconferência de resultados financeiros nesta quarta-feira, 6. "Comparado com outros aplicativos, como o Facebook, que usa mais vídeo e navegação, acaba apresentando um perfil bastante eficiente."

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Mas o impacto também foi financeiro. Segundo Abreu, a empresa fez várias análises e considera que indicaram haver uma rentabilidade, ainda que considere a oferta como temporária. A base que aderiu ao serviço de uso gratuito da OTT apresentou aumento no índice da receita média por usuário (ARPU), comprovando a teoria de que as parcerias de zero-rating acabam impulsionando o consumo de dados. "O que a gente viu nos planos é que o ARPU é maior do que em planos tradicionais porque conseguimos capturar o cliente que tem interesse principal em uso de dados", afirma. Outro ponto é que, assim, a TIM deixa de contar com o "fator comunidade", ou seja, a tendência de o usuário optar por uma operadora com base na escolha dos seus próprios contatos para gastar menos ao fazer ligações on-net.

A oferta com o WhatsApp não é um acordo financeiro, mas apenas de uso estratégico da marca, sem pagamentos de lado a lado. E a parceria deverá ser modificada, conforme indicou o CEO: a partir de junho, ela terá "algum tipo de limite, ainda que estendido". "Imaginamos, sim, continuar com a promoção de alguma maneira; podem existir algumas alterações com o uso, operacionais e até competitivas, temos usado (o acordo) como diferenciação. Mas os resultados são positivos", diz. Ele indica que o acordo poderá ser apenas a primeira iniciativa com OTTs do tipo. "Ao longo do tempo, vai diminuir a dependência em um único aplicativo, as ofertas evoluem", afirma. Mas a intenção é que haja uma percepção de inovação por parte do cliente, associando a empresa a ofertas de consumo de dados.

O sucesso da parceria da TIM com o WhatsApp corrobora os resultados divulgados esta semana da segunda pesquisa anual Mobile Time/Opinion Box, que revelou que o WhatsApp está presente na home screen de 83% dos smartphones dos internautas brasileiros e é disparado o aplicativo preferido desse grupo: se só pudessem ter um único aplicativo instalado, 53% o escolheriam.

Blah

Mesmo com uma oferta de OTT própria, o Blah, a TIM não considera que haja canibalização entre serviços. "São dois mundos bastante diferentes; o Blah é local, e tem um número grande de usuários", compara Rodrigo Abreu. A ideia é não ter uma substituição pelo WhatsApp, mas serem ofertas complementares.

A tendência de investimentos em over-the-top também continua com a parceria da TIM com a Deezer, que agora conta com um milhão de usuários. Já os serviços de segurança TIM Protect e Protect Bank agora contam com 5 milhões de clientes.

Já o debate relacionado aos princípios de neutralidade de rede e o modelo zero-rating não incomodam. Rodrigo Abreu ressalta o posicionamento da operadora na contribuição da discussão da regulamentação do Marco Civil na consulta pública do Ministério da Justiça no mês passado, defendendo que a crença filosófica e regulatória da empresa é de que o modelo não fere nenhum tipo de neutralidade de rede. "É mais uma forma de prover instrumento de competitividade, não é violação da neutralidade", alega.

Dados em geral

Abreu afirma que o próprio crescimento da base 4G, com 2,4 milhões de acessos líquidos em 12 meses, impulsionou o aumento na receita de dados. Ele não abre números, mas afirma que os usuários LTE apresentam ARPU total e de dados muito maiores do que os dos usuários 3G. "Existe impacto positivo em relação a consumo de dados em particular." Faz sentido, já que, com maior velocidade disponível, consome-se mais banda. Houve um aumento de 27% da base geral de usuários de dados, que agora correspondem a 44% do total da operadora. O ARPU de dados aumentou 29%, e o tráfego cresceu 14% no comparativo anual. Esse aumento também vem da base de pré-pagos. "Considerando que nossa base pré é 80% do total, seria praticamente impossível haver crescimento expressivo em ARPU sem contribuição dela. Acreditamos inclusive que esse é um dos grandes potenciais de aumento futuro com crescimento de dados de pré e controle em médio e longo prazo."

Smartphones e uso de dados móveis

Vale ressaltar, no entanto, um gargalo: a base de usuário de dados, conforme mencionado, é de 44% do total. Mas a quantidade de usuários de smartphones clientes da operadora é maior do que essa proporção. A TIM tem hoje 53% de usuários de smartphones em relação à base total, aumentando para 60% se considerar também "webphones", ou seja, featurephones com acesso (limitado) à aplicações de Internet, como redes sociais. Isso indica que ainda há uma parcela que conta com um aparelho capaz de acesso, mas que se limita a redes Wi-Fi.

Abreu explica que, por outro lado, os efeitos macroeconômicos e o impacto da alta do Dólar provocaram impacto na receita com aparelhos, em especial com a venda de high-ends. Com isso, o consumidor tem procurado smartphones mais baratos, mas com capacidades equivalentes a dos modelos mais caros – provavelmente efeito do sucesso de handsets como o Moto G. "A tendência não muda, o que muda é o tipo de perfil de aparelho comprado", ressalta.

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