As ações da TIM Participações já responderam ao fraco desempenho da operadora no primeiro trimestre do ano. O pregão desta terça-feira, 6, fechou com as ações preferenciais e ordinárias entre as maiores baixas do dia, com queda de 8,07% para a primeira e 8,38% para a segunda. Eduardo Roche, analista de telecom do Banco Modal, resume a forma com que o mercado recebeu os números. "Muito ruim. Muito ruim mesmo. Decepcionante".
Na avaliação dele o resultado da companhia está indo contra o de todas as outras empresas do setor que conseguiram margem Ebtida muito maior no mesmo período. Ele cita, por exemplo, a Oi que no primeiro trimestre do ano registrou margem de 33%. "A empresa precisa de um gerenciamento muito bom de controle de custos para melhorar essa rentabilidade que ficou muito aquém da história da companhia e das margens do setor", diz ele. "Pode ser um movimento pontual, mas eles precisarão de muito esforço para cumprir o guidance", completa, referindo-se às expectativas de resultados para o ano. Diante do fraco desempenho, a TIM reviu o crescimento da receita para o ano de 12% para 9%. No caso da margem Ebtida a expectativa foi mantida em 23%.
Mesmo retirando o efeito do aumento da provisão para devedores duvidosos (PDD), que impactou em R$ 95 milhões o Ebtida da companhia, a margem seria de 21%, o que ainda é abaixo da expectativa da Brascan Corretora, por exemplo (22,5%). Beatriz Batelli, analista da Brascan, ainda compara a queda do Arpu da TIM (14%) com a queda do Arpu da Vivo no mesmo período (4%). "Uma pequena queda é normal por causa da sazonalidade do período, mas na TIM caiu demais", diz ela. Perguntada se a operadora conseguiria cumprir o guidance de margem para o ano, ela lembrou que o desafio será grande por causa da entrada da Oi em São Paulo no segundo trimestre e pela datas festivas como Natal no segundo semestre. "As datas festivas sempre pressionam as margens para baixo", afirma.
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