[Publicado no Mobile Time] Quatro grandes fornecedoras de rede levaram, na terça-feira, 6, seus planos para o 5G no Brasil ao Grupo de Trabalho que acompanha a implantação da tecnologia na Câmara dos Deputados. São elas: Huawei, Ericsson, Samsung e Nokia.
Wilson Cardoso, diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia, propôs "planos estruturantes". "O grande potencial do 5G é unir as redes para criar valor. É fazer a colheita da fazenda, depois monitorar todo o trajeto do caminhão, e continuar quando a carga chega no porto, e então no navio. As redes interligadas trarão muito valor econômico. E planos estruturantes pretendem alavancar isso", afirmou.
A Ericsson apresentou um Plano Nacional do 5G, que agrupa cinco vertentes de investimento: inovação, espectro, impostos, confiança e aceleração. Segundo projetou Jacqueline Lopes, diretora de Relações Industriais e Governamentais Latam South da Ericsson, "o aumento em 10% do número de dispositivos conectados à rede móvel deverá promover uma arrecadação tributária de R$ 26 bilhões entre 2021 e 2025".
Segurança
Além de apresentar seu trabalho de vários anos no fornecimento de equipamentos no Brasil, a Huawei ressaltou o rigoroso esquema de segurança 5G da empresa, que já teria passado por auditorias e testes de acordo com especificações 3GPP. Ao ser perguntado pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), coordenadora do GT, se a Huawei teria ou não interesse na rede privativa do governo, Marcello Motta, diretor de cibersegurança e soluções da Huawei América Latina, ressaltou que não há restrições para a participação da empresa chinesa nas redes comerciais no Brasil e, para a rede privativa do governo, a empresa ainda vai analisar os requisitos para avaliar sua participação.
O plano proposto por André Varga, diretor de produto, divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, é "uma solução de ponta a ponta: não somente na rede de acesso, como para todos os elementos necessários para a conexão, desde o chip, dispositivos de acesso, tablets, smartphones, a rede, e o core. Varga afirmou que a Samsung entendeu o 5G como uma oportunidade há cerca de 10 anos, e assim passou a investir no segmento, citando que há planos de expansão no mercado de infraestrutura de rede para países como México e Austrália.
"Ouvir fornecedores, especialistas, governo, Anatel, nos ajudam a encontrar o melhor caminho. Muitas dúvidas vêm sendo esclarecidas para entendermos o que há de mais novo nessa tecnologia", disse o deputado Vitor Lippi (PSDB/SP), ao Mobile Time. No final da reunião, o GT aprovou um novo requerimento e promoverá um seminário internacional para discutir o tema.
"…para a rede privativa do governo, a empresa ainda vai analisar os requisitos para avaliar sua participação." Claro, não quererá submeter-se a critérios de segurança que ponham seus backdoors em risco de serem revelados.