O período de isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus (covid-19) trouxe impacto no uso do Wi-Fi no Brasil, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 6, pela Opensignal. O tempo de uso da rede sem fio de espectro não licenciado aumentou 8,1% na semana de 16 a 22 de março, comparando com a semana imediatamente anterior (de 9 a 15 de março). Segundo a empresa, o tempo em que smartphones ficaram conectados ao Wi-Fi passou de 64,8% do tempo para 70,1% entre uma semana e outra.
Para efeito de comparação, a medição mostra que o Brasil tinha um escoamento de tráfego da rede móvel para a fixa sem fio já em 66% no começo de 2020, na segunda semana do ano. O aumento exponencial aconteceu justamente entre as semanas 11 e 12, quando os casos do coronavírus começaram a ser registrados em maior volume no País e as medidas para isolamento social e trabalho remoto foram sendo implantadas. Ao permanecer em casa, a tendência do usuário é a de deixar de usar a rede móvel e passar a se conectar com a banda larga fixa por meio do Wi-Fi (offload).
O resultado coloca o Brasil entre os cinco países que mais fizeram uso de Wi-Fi dentre os pesquisados pela Opensignal. À frente estão o Canadá (76,3%), Espanha (73,1%), Argentina (72,5%) e Alemanha (71,4%). As Filipinas foram onde houve maior taxa de crescimento (pulando de 55,8% para 63,3%).
Vale notar que mercados maduros, como os Estados Unidos, registraram taxa de 59,9%, acima dos 54,9% da semana anterior, mas ainda com crescimento menor. Já a Itália, um dos países mais afetados pelo coronavírus, observou aumento de 56,2% para 59,2% no uso do Wi-Fi. A Opensignal não recolhe dados sobre o mercado da China, mas em Hong Kong e Coreia do Sul, houve redução – de 61,1% para 60,3%, e de 57,9% para 54,9%, respectivamente.