Cisco alerta para riscos de segurança com uso de IA

Inteligência Artificial
Foto: Pixabay

Ricardo Mucci, diretor geral da Cisco no Brasil, acredita que o casamento das aplicações tradicionais de telecom e conectividade com o mundo da Inteligência Artificial que se viu durante o Mobile World Congress (MWC 2025) realizado esta semana em Barcelona seja consequência direta do avanço da Inteligência Artificial Generativa.

Segundo ele, a GenIA trouxe um componente adicional a uma tendência já encampada pela indústria há muitos anos de observabilidade das redes, virtualização de funções, uso de análise de dados, machine learning e outras ferramentas que se inserem do conjunto das IAs.

"As companhias hoje, seja de retail, financeiro, seguros ou vários setores estão hoje olhando para IA como uma questão de sobrevivência. A gente investe nisso há décadas, mas o que a gente vê agora é a aplicação de IA para a gestão das grandes plataformas", diz ele. "Outra área que muda com a IA generativa é parte de segurança, porque os sistemas podem tomar decisões e escolher soluções sozinhos", diz.

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Riscos

"O avanço das aplicações de IA nas corporações, a gente constatou em pesquisas, tem sido retardado porque existe um medo sobre como vai ser feita a gestão, a governança e a segurança das informações utilizadas para o treinamento das plataformas. Isso é uma coisa que a gente está endereçando nos nossos lançamentos: uma plataforma que garanta às empresas que vão usar serviços baseados em Inteligência Artificial de que elas não colocarão nenhuma informação que não deveria ser colocada em um modelo de IA externo", diz Mucci.

"Como garantir que ao fazer um treinamento de um modelo não está vazando informações reservadas e estratégicos? Como evitar uma ingestão de informações inadequadas por meio de prompt?", questiona.

Outro caminho para minimizar riscos, mas que pode implicar custos maiores, é que grandes empresas passem a criar internamente ambientes operacionais próprios para modelos de IA. Na prática, que algumas empresas tenham seus próprios servidores com IA rodando localmente.

Nesse sentido a Cisco já havia anunciado uma parceria com a Nvidia para desenvolver um sistema de gestão de tráfego de dados para as GPUs otimizada para operações próprias de IA. "É um co-desenvolvimento em duas direções para nuvens privadas de IA". Dentro dos servidores, diz Mucci, o tráfego de dados supera 800 Gbps, e por isso passou a usar o processador SiliconOne, da Cisco, dedicado ao tráfego de dados, para dentro das fazendas de GPUs da Nvidia.

Nova Cisco

Ele reconhece que IA está alterando significativamente o negócio da Cisco, "porque as empresas nossas clientes estão alterando a forma como utilizam dados". Segundo Mucci, isso pode ser usado pelas operadoras de telecomunicações para otimizarem custos, demanda preditiva e também novos serviços que vão ser oferecidos.

"O mercado de data center, por exemplo, está mudando completamente, e as operadoras de telecomunicações vão começar a participar desse mercado de maneira mais intensiva, porque têm a conectividade e estão na ponta do tráfego".

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