Qualcomm aposta em vida longa da 3G; BrT vislumbra publicidade

A terceira geração da telefonia móvel tem potencial para ser uma grande plataforma de aplicativos durante longos anos. A opinião é do presidente da Qualcomm no Brasil, Marco Aurélio Rodrigues, ao explicar que puxado pelo crescente mercado de conteúdos para as tecnologias móveis e pelas novas versões do HSPA, o serviço ainda tem muito espaço para novos modelos de negócio das empresas, que precisam se adaptar logo a essa ?avalanche? de crescimento do uso de serviços móveis.
?Nós acreditamos que a 3G terá uma vida muito longa; que nos próximos cinco a dez anos, a 3G será o 'main stream' da telefonia móvel?, avaliou, durante sua apresentação no 2º Acel Expo Fórum, nesta quinta, 6, em Brasília.
Rodrigues citou como exemplo do potencial dessas tecnologias 3G um estudo internacional recente que aponta que, até 2012, quase 1 bilhão de pessoas estarão conectadas em todo o mundo nas diversas redes sociais disponíveis, como o MySpace, Facebook e Orkut, por exemplo. ?Essas tecnologias estão, muito rapidamente, transformando as redes de telefonia tradicionais em redes de banda larga?, lembrou o executivo. ?Os celulares estão se transformando em computadores de bolso.?

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Quem paga?

Se o potencial de uso das tecnologias 3G é incontestável, a dúvida agora paira sobre quem arcará com os custos desses novos serviços que surgirão nas plataformas móveis. Para o CTO da Alcatel-Lucent, Alvaro Brito, esta é uma das principais questões a serem resolvidas pelo setor. O executivo acredita que existam três opções: usuários, publicidade ou governo. A convergência de serviços e a demanda cada vez mais intensa por internet seriam veículos, na opinião de Brito, que garantiriam atratividade para que os clientes arcassem com parte dessa conta pela evolução.
?Existem clientes voltados para um perfil de menor gasto. Mas existem clientes que estão dispostos a pagar mais por serviços convergentes. É preciso considerar essas diversas naturezas de clientes?, explicou o executivo da Alcatel.

Mercado diferente

O diretor de operação móvel e desenvolvimento de negócios da Brasil Telecom, Roberto Rittes, tem dúvidas se os clientes brasileiros estão realmente dispostos a arcar com contas mais caras em prol da convergência: ?O erro mais comum é esquecer o foco nas ofertas.? Na opinião do diretor, a convergência é entendida pelos clientes como mais serviços por um preço menor. ?Quando você junta os serviços, o cliente quer um desconto nisso.? Repassar os custos dos novos aplicativos para a clientela reduziria a ?capacidade de experimentação? dos usuários, reduzindo a perspectiva de criação de um mercado consumidor desses serviços. Rittes acredita que a terceira geração servirá principalmente para melhorar os resultados dos serviços que hoje, comprovadamente, o usuário brasileiro já consome, como voz (que passa a ter um custo mais baixo em redes 3G) e mensagens. Em relação aos novos serviços, ele acredita que serão importantes para diferenciar operadoras e reter os clientes, mas não serão eles que pagarão os invesimentos feitos. "No caso desses novos serviços, a publicidade pode ser uma boa forma de viabilizá-los, de forma que eles saiam mais baratos ou gratuitos ao assinante".

Banda larga

A aposta das operadoras no financiamento dos serviços de 3G está na venda de banda larga. Para o diretor de operações da Telemig Celular, Paulo César Matos, os novos serviços não poderão garantir o caixa necessário para que as empresas amortizem os investimentos feitos na nova rede. Pela experiência mundial, o maior nicho para fazer esse financiamento será a venda de banda larga móvel.
Para garantir que a oferta atenda às expectativas da clientela, Matos pediu à agência reguladora, durante sua participação no 2º Acel Expo Fórum, que garanta espectro suficiente para os serviços móveis. Na quarta-feira, 5, o presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, anunciou que pretende fazer o leilão da Banda H, sobra de 3G, ainda no primeiro semestre, e que a agência colocará à venda também sobras de radiofreqüências e faixas de expansão para as móveis. Jarbas Valente, superintendente de serviços privados da agência, disse que essa licitação será feita de forma isonômica com a licitação das faixas de 3G, ou seja, com regras semelhantes de cobertura.

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