O mercado brasileiro de telefonia fixa acelerou o ritmo de queda em 2024 e perdeu 3,2 milhões de linhas no ano passado, ficando com pouco mais de 22,2 milhões de assinantes ativos.
O recuo de 12,7% foi a pior queda percentual do mercado desde que a telefonia fixa começou a derreter no País, em 2014. Em termos absolutos, apenas em 2019 houve mais desconexões do serviço (o recuo foi de 3,9 milhões de linhas naquele ano).
O montante de linhas fixas ativas no Brasil também se tornou praticamente metade do tamanho do mercado em 2014, quando a telefonia fixa atendia 44,1 milhões de clientes.
Concessões
O ano de 2024 foi marcado por uma mudança importante no mercado de telefonia fixa: o início do fim das concessões de Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) – começando pela Oi, que já migrou seu antigo contrato para o regime privado.
Essa alteração motivou um aumento de 26% nas linhas detidas por operadoras "autorizadas" – que atuam no regime privado: são 17,8 milhões em todo o País.
Já os clientes das concessionárias recuaram 61,3% e somam agora 4,3 milhões de contratos, detidos por Vivo e Algar. Ambas também buscam a adaptação de seus contratos ao regime privado.
Grupos
Na avaliação por grupos, a Claro segue líder do mercado de telefonia fixa, com 6,8 milhões de clientes. Ainda assim, a empresa recuou 7% no serviço em 2024, desativando cerca de 521 mil linhas líquidas.
A Vivo teve queda ainda maior. Ela encerrou o ano com 5,7 milhões de telefones fixos após recuo de 11%, ou 707 mil linhas a menos do que em 2023.
Já a Oi superou ambas: os dois CNPJs da tele que reportam dados à Anatel tinham 5,4 milhões de acessos ao fim de 2024, marcando redução de 17,8% no ano – ou 1,19 milhão de contratos desconectados.
Quarto player do mercado, a Algar foi outra que recuou consideravelmente no serviço: a empresa encerrou o ano com base de 925 mil linhas após cair 25,8%, ou 322 mil desconexões.
Já a TIM somava 630 mil assinantes de telefonia fixa em dezembro. Ela caiu 9,2% no acumulado do ano, ou 64 mil linhas
Quem cresceu
Entre as prestadoras com mais de 100 mil assinantes, apenas duas registraram crescimento em 2024: a Datora chegou em base de 324 mil clientes de telefonia fixa após avançar 58,7%, com 138 mil novas linhas trazidas para casa.
Já a Unifique chegou em um total de 247 mil telefones fixos, avançando 22,4% a partir de 45 mil linhas novas.
Vale lembrar que em 2024 a portabilidade numérica da telefonia fixa cresceu 10%, indicando que ainda há migração de clientes ocorrendo em meio às mudanças de estratégias das principais prestadoras.
Fibra
A fibra óptica já é há algum tempo o principal meio de prestação da telefonia fixa no Brasil. Mesmo assim, a tecnologia não escapou do movimento do mercado e perdeu 6,5% em 2024, ou 816 mil linhas (para 11,6 milhões de assinantes).
Nas tecnologias "legadas", os assinantes em redes de cobre caíram 22,5% em 2024 (menos 1,86 milhão de linhas). Elas ainda atendem 6,4 milhões de contratos.
E o cabo coaxial segue sendo meio de 3,3 milhões de contratos, mesmo com queda de 12,9% (503 mil).