TIM: melhora em eficiência se traduziu em aumento da margem

A TIM considera que a estratégia de investimentos adotada, nos moldes de uma empresa startup, permitiu o ganho de margem observado em 2017. Durante teleconferência de resultados, o presidente da companhia, Stefano De Angelis, afirmou que a transformação interna focada na eficiência e no digital, deixando a operadora mais leve, permitiu a melhora. "Nunca tivemos crescimento de pessoal típico das incumbents, que tinham quase um papel social", declarou o executivo. "Quando se começa a transformar uma empresa (em uma postura) mais lean, mais em utility, com foco grande em economizar principalmente custos comerciais, vê que o reflexo é mais rápido", diz.

No balanço divulgado na segunda-feira, a margem EBTIDA cresceu 2,8 pontos percentuais (p.p.) e ficou em 41,6% no trimestre, o que a empresa diz ser um recorde histórico. No ano, avanço foi de 3,3 p.p., fechando o período em 36,6%.

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De Angelis lembra que a operadora precisou fazer um programa "muito forte e pesado" de eficiência em 2016, uma vez que estava apresentando redução nas receitas em um cenário macroeconômico desafiador. "Nossa necessidade de montar um plano forte e rápido com a necessidade de economia foi maior do que a de outras empresas do setor", alega. "Eles não enfrentaram situação crítica como nós."

Porém, ele ressalta que a TIM não precisou se adequar a sistemas legados com a convergência de operações, como as concorrentes após fusões. E que a escolha de centralizar as operações de TI no Rio de Janeiro, ainda em 2003, trouxe um peso no passado, mas deixa a empresa hoje "muito mais enxuta quando comparada a outras, seja aqui no Brasil ou no mundo inteiro".

Em termos de digitalização, o executivo afirma que houve impacto de 20% nos custos. Lembra que não é possível zerar os custos operacionais, mas que se planeja continuar o trabalho em busca da eficiência no administrativo e no backoffice, procurando reduzir processos e gastos com terceiros.

Parte dos gastos é com o churn. Stefano De Angelis diz que a companhia está focada na experiência do consumidor por saber que é nisso onde está o retorno. "Não é porque somos filantropos, mas porque sabemos que isso é ganho de market share", declara. Muito dos custos administrativos são ligados ao churn, então o projeto da empresa é um índice (KPI) para reduzir a taxa de desligamento.

Agressividade

A concorrência no mercado móvel, na visão do presidente da TIM, impede uma estratégia mais agressiva para ganhar participação de mercado. De Angelis explica que a empresa tem agressividade no marketing, com ofertas de dados e de ligações off-net, por exemplo, mas que o resultado é diferente do observado em outros países por conta da falta de fidelização no pré-pago.

O executivo diz que o mercado brasileiro é maduro, com penetração móvel acima de 100%, apesar de ainda haver oportunidade em dados. E que para ganhar 1% ou 2% de market share, a postura agressiva pode custar a queda de 5% a 10%. "Fomos os primeiros a aumentar a duração de gigas na oferta semanal. Depois de uma semana, (talvez) alguns meses, todo o mercado acompanha. Você ganha net share incremental por alguns meses e depois volta", declara. "Bem melhor trabalhar de forma mais cuidadosa com churn e upsell da base do que esperar com postura mais agressiva", compara.

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