Jogos e 5G: expectativa de uma grande transformação

Oferta de games na nuvem do Xbox na Verizon. Foto: Reprodução

Jogos em rede são sempre apontados como os principais aplicações de 5G nas ofertas ao consumidor final, por conta dos requisitos de latência, velocidade e disponibilidade. Por parte do mercado de desenvolvedores de games, contudo, ainda há mais expectativas do que resultados concretos a mostrar. Esta foi a mensagem do debate sobre o 5G na indústria de games, realizado durante a CES 2023, que aconteceu esta semana em Las Vegas.

Para Jonathan Stringfield, VP de pesquisa da Activision (responsável por títulos blockbusters como Call of Duty), a experiência de jogos móveis totalmente online ainda é cara e decepcionante para os usuários. "Temos uma porta ainda aberta ainda, mas a conectividade precisa ser melhor e mais barata para que isso aconteça", diz ele. O 5G é a esperança, mas precisa vir acompanhado de planos que façam sentido para as pessoas que querem jogar online.

Existem dois níveis de conectividade: uma é a conectividade entre usuários, mas com o processamento do jogo de forma local, seja em consoles, seja em celulares, para partidas online. Essa é a forma que responde imediatamente ao 5G, pela redução da latência, que é um fator sensível em competições. Mas a promessa de entrega e de processamento de jogos em nuvem (cloud gaming) em rede móvel ainda parece distante, mesmo com o 5G. "Mas é importante notar como os jogos estão se tornando o novo ambiente de interação da pessoas, como esse ambiente se tornou o ambiente de socialização e comunicação", diz ele. 

Notícias relacionadas

Para Desiree Dickerson, co-fundadora e CEO da THNDR, hoje a indústria de jogos perde usuários e receita quando a conexão é ruim, principalmente para jogos que requerem a verificação de presença e compras online, mas ela acredita que a conexão permanente de dispositivos por 5G por ajudar a reverter esse cenário. Ela diz que esse desafio se amplia em ambientes de metaverso, com um problema adicional. "Não temos nenhuma padronização ainda sobre os metaversos". E ela chama atenção para outro desafio da indústria: "temos que pensar nos usuários. Não podemos simplesmente pensar em colocá-lo em um metaverso e expor ele a publicidade. Ele precisa ser compensado".

Tom Emrich, diretor de gerenciamento de produtos da Niantic (do mega sucesso da realidade aumentada, o Pokémon Go), o mercado de games pode passar por uma revolução com os recursos de edge computing trazidos pelas redes de 5G. "Não basta capacidade, precisamos de capacidade de processamento na borda, e isso é a promessa do 5G". Ele acredita que tanto para a indústria de conectividade quanto para o mercado de jogos, as aplicações de "mixed reality" são uma tendência a ser observada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!