Especialistas apontam desafios do 5G na América Latina

Foto: Marcos Urupá

Especialistas que participaram o painel no ICT-LAC Summit, que discutiu a implementação do 5G na América Latina, apontaram um cenário que mostra os desafios que a tecnologia ainda precisa superar para uma efetiva implementação no continente.

Patricia Falconi Castillo, diretora executiva da Associação das Empresas de Telecomunicações do Equador (Asetel), disse que as empresas equatorianas precisam convencer o Estado de que o espectro traz uma série de benefícios sociais para o cidadão, e isso passar por criar regras mais justas de leilões no país.

Ela também destacou que há uma leitura da sociedade equatoriana de que as empresas do setor como um todo são muito "gananciosas". "Já temos aportes de US$ 400 milhões de investimentos em infraestrutura. E as pessoas não materializam estes benefícios. Precisamos mudar esse pensamento sobre o setor", afirmou Castillo.

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Modelo Brasileiro

Cristiana Camarate, Superintendente de Relação com os Consumidores da Anatel, destacou o modelo e as obrigações do leilão do espectro realizado no Brasil. "O leilão brasileiro exigiu das operadoras vencedoras uma série de obrigações, como conectar escolas, estradas etc. Temos todo um cronograma para implementar o 5G até 2029", disse.

Algo parecido foi feito na Guatemala. Segundo Manuel Reyes Valdes, Gerente de Regulação de Frequências da Superintendência de Telecomunicações da Guatemala. Os leilões das faixas de espectro de 700 MHz e 2,5 GHz realizados no país arrecadaram US$ 177 milhões e pelo menos 75% deste valor foi direcionado para um plano nacional de conectividade digital.

"O plano visa atender setores de saúde, educação e segurança cidadã. Agora, o passo seguinte é desenvolver, implementar e supervisionar o plano.  Vamos oferecer para a coletividade serviços de internet. Temos o objetivo de conectar 43 mil escolas, por exemplo", disse Valdés.

Já Samuel Hoyos, Presidente da Associação da Indústria Móvel da Colômbia (Asomovil), disse que a Colômbia não é um bom exemplo para implementação do 5G. "Na Colômbia, temos uma gravíssima ameaça à sustentabilidade do 5G. Hoje, temos um aumento de tráfego nas redes e um aumento de tributação do setor pelo estado. No país, temos o dobro da média regional de obrigações tributárias", disse.

Foi destacado que o país enfrenta um problema sobre os valores do espectro para o setor. "O custo do espectro na Colômbia é 20% mais caro que a média regional. Temos que revisar esses aspectos, ou teremos dificuldades para implementar o 5G no país", afirmou Hoyos.

Sobre os investimentos no setor de infraestrutura, na visão de Hoyos, eles devem ser compartilhados com todos que atuam no ecossistema digital. "A indústria móvel sozinha não tem capacidade para investimentos tão altos. Precisamos que outros atores produtores de conteúdos precisam também garantir investimentos", disse.

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