Para o CEO da TIM, Alberto Griselli, garantir um retorno do capital investido superior ao custo do capital no Brasil é um dos grandes desafios que a indústria de telecomunicações do País ainda precisa solucionar. Na equação, a demanda do mercado corporativo pode ser parte da resposta.
A avaliação foi feita durante o primeiro dia do Painel Telebrasil 2024. O evento iniciado nesta terça-feira, 5, teve participação por vídeo do executivo da TIM (que reportou balanço financeiro do terceiro trimestre um dia antes).
Segundo Griselli, a sustentabilidade dos investimentos é um ponto que ainda preocupa o setor. Ele chegou a afirmar que houve um momento do retorno sobre capital superar o custo do mesmo no Brasil, mas que a situação não se manteve. Para o mercado doméstico alcançar definitivamente o cenário, seria preciso visitar questões como impostos e modelo de leilões de espectro.
Já pelo lado das receitas, a visão de Griselli é que existe uma oportunidade a mais no segmento corporativo, a partir de iniciativas de digitalização de clientes de cadeias como agronegócio, utilities e logística.
De fato, ao reportar balanço financeiro do terceiro trimestre na última segunda, a empresa apontou um "novo mercado B2B" no País. A empresa está explorando a oportunidade e tem parcerias para conexão de 18,2 milhões de hectares com 4G, de 4,7 mil km de rodovias e para conexão de 263 mil pontos de luz inteligentes, com ênfase no mercado de IoT.
"Com o amadurecimento dos clientes, a exigência por digitalização é estratégica para eles", destacou Griselli, no Painel Telebrasil. "Temos desenvolvido com nossos clientes B2B um modelo para rentabilizar investimentos que não seriam produtivos [de outra forma]", afirmou o executivo, sobre a instalação de infraestrutura em áreas rurais ou isoladas.
Já para o consumidor final, a aposta da TIM segue sendo a estratégia do "more for more", ou mais por mais em uma tradução livre, além do crescimento para verticais além dos serviços tradicionais de telecom.
IA
No caso da inteligência artificial, a empresa tem utilizado o recurso tanto na operação de redes quanto no atendimento de clientes, mas com foco principalmente na melhoria da produtividade. Griselli fez coro aos seus pares da indústria e apontou que hoje um dos gargalos para o País na área é o acesso a competências. Por isso, a empresa tem apostado em qualificação e já promoveu mais de 7 mil treinamentos internamente.
O executivo também destacou o modelo de governança para IA no qual a companhia aposta, com estrutura que lida com a tecnologia reportando diretamente ao CEO como forma de aproximar cada vez mais a IA dos espaços de tomada de decisão.