A expansão de redes 5G é crucial para criar condições para que a inteligência artificial (IA) se expanda e ofereça oportunidades de inovação no Brasil. Segundo o CEO da Huawei do Brasil, Gao Kexin, a transformação digital no País depende de uma infraestrutura forte. E, para ele, as redes móveis de quinta geração são um pilar fundamental.
"Nos últimos dois anos, o Brasil construiu a maior rede de 5G da América Latina, com mais de 20 mil sites cobrindo cerca de 480 cidades. É uma conquista notável e temos orgulho de fazer parte disso", disse Kexin, durante o Painel Telebrasil 2024, que começou nesta terça-feira, 5, em Brasília.
Esse avanço, segundo o executivo, é importante para suportar tecnologias de IA nos mais variados setores econômicos do Brasil – desde indústrias de manufatura e logística até aplicações voltadas para o consumidor final, como realidade aumentada e assistentes digitais.
Isso porque as aplicações baseadas em inteligência artificial (mesmo em ambientes domésticos) demandam baixa latência e velocidade superior na transferência de dados, o que é aderente com a tecnologia 5G.
"Mas, ao mesmo tempo, também vemos que essa mudança tecnológica traz novas oportunidades e desafios", disse Kexin. Segundo ele, é necessário promover a implementação de infraestruturas 5G, bem como fortalecer alianças entre setor privado e governos.
"Espero que possamos criar um ambiente propício e inserir não apenas o conhecimento global, mas também a experiência chinesa em desenvolvimento de inteligência artificial", afirmou o executivo.
Impulso na IA
A Huawei já vem batendo na tecla de que o 5G é essencial para impulsionar a IA. Em fevereiro, a fornecedora lançou o primeiro grande modelo de inteligência artificial da indústria de telecomunicações.
"No Brasil, uniremos esforços com governos e empresas para introduzir experiências e plataformas de IA, cultivar talentos locais, trazer grandes modelos de IA para setores como meteorologia, governança e mídia, além de oferecer treinamentos e serviços profissionais", completou o presidente.
Kexin citou ainda a previsão da consultoria IDC, que estima que mais de 18 milhões de novos dispositivos conectados sejam lançados – dos quais cerca de 50% devem oferecer suporte a funções de IA, como direção assistida ou inteligência embarcada.