Em seu primeiro lançamento mundial após a finalização da aquisição pela Lenovo, a Motorola Mobility anunciou nesta quarta-feira, 5, no Brasil, o smartphone high-end Moto Maxx. A companhia encara essa aposta como reafirmação de um compromisso com o mercado brasileiro, que continua sendo considerado como "a segunda casa" da fabricante.
Entre os executivos da Motorola que estiveram presentes no lançamento aparelho em São Paulo, houve certa animosidade em relação aos antigos donos. "Como parte do Google, tivemos muitos recursos e muita tecnologia, mas o negócio primário deles não era smartphones, e para a Lenovo é", disse o vice-presidente de gerenciamento de produtos da Motorola, Steve Sinclair.
O presidente da Motorola Mobility, Rick Osterloh, corrobora essa relação com a antiga dona, alegando que havia menor interoperabilidade. "Somos muito mais importantes para a Lenovo. Somos uma grande parte dos negócios deles, o smartphone é o futuro e somos completamente estratégicos. Isso não era necessariamente verdade com o Google", declara. Ele diz que a empresa nunca realmente foi integrada ao Google, mas que a relação comercial não mudará. "Eles vão se manter como parceiros próximos", garantiu, reforçando a estratégia de continuar utilizando o sistema operacional Android sempre em sua forma mais pura possível nos aparelhos.
Planos para o Brasil
Osterloh voltou a garantir que a atuação da Motorola no mercado brasileiro continuará a mesma. Ele reconhece que, "no futuro, a Lenovo pode vender smartphones no Brasil", mas que não há necessariamente planos para utilizar a fábrica da empresa em Jaguariúna (SP) ou da fabricante chinesa em Itu (SP) e Manaus. "Continuamos a expandir, estamos contratando gente e ela (a fábrica da Motorola) vai receber investimentos", destaca o presidente da Motorola Mobility no Brasil, Sérgio Buniac.
O fato é que o desempenho da empresa atualmente a coloca em segundo lugar no mercado brasileiro, atrás apenas da Samsung. "Não abrimos resultados, mas o Brasil atingiu todos os compromissos financeiros que tinha com a corporação", garante Buniac. Isso se traduz nas vendas: o Moto G é o smartphone mais vendido no Brasil, segundo a empresa, e o Moto E já tem quase 2 milhões de unidades vendidas.
Bateria de 40 horas
De relance, o Moto Maxx lembra o Moto X, outro high-end da empresa e que foi lançado no mês passado no País. Na verdade, trata-se de uma versão idêntica à que foi lançada na semana passada nos Estados Unidos com o nome de Droid Turbo, em acordo de exclusividade com a operadora Verizon. A diferença da versão brasileira é no chipset de antena (para se adequar aos padrões e frequências de 3G e 4G brasileiros) e na ausência de aplicativos e customizações da tele norte-americana.
O Brasil é o primeiro a receber essa versão mundial do aparelho, que tem como destaques a tela de 5,2 polegadas com resolução Quad HD (3840 × 2160 pixels) e densidade de 565 pixels por polegada (ppi); bateria de 3.900 mAh, que garante 40 horas de uso; processador quad-core S4Pro Snapdragon da Qualcomm com 2,7 GHz; 3 GB de RAM; e armazenamento interno de 64 GB. Além disso, ele tem tela Gorilla Glass 3.0 e é resistente à água e poeira. O acabamento é para durar: a traseira é composta em "nylon balístico" e, no interior, ele tem uma camada de klevar, material utilizado em coletes a prova de balas. Rick Osterloh cutuca a Apple ao dizer que, por esse acabamento, "o aparelho não dobra facilmente".
O preço da versão pré-paga do Moto Maxx, que já está disponível no varejo, é de R$ 2,2 mil. O aparelho deverá chegar a todas as operadoras na próxima semana. Sérgio Buniac justifica que não há subsídio no preço do smartphone, que é abaixo de concorrentes como iPhone. "A gente tem a mesma estratégia do Moto G – consumidores não precisam pagar mais, e com o Moto Maxx tem essa filosofia", afirma.
Wearable
A Motorola lançou neste dia também o Moto 360, relógio conectado da empresa. O preço sugerido do dispositivo vestível é de R$ 800.
