Com foco em reduzir custos e obter maior eficiência no consumo de energia, o setor de telecomunicações tem investido em medidas de transformação energética que dialogam com sustentabilidade, atendimento a suas necessidades e gestão econômica.
Um exemplo dessas medidas está nas ações implementadas pela operadora Claro. No Seminário Telecom ESG, organizado pela Teletime, que aconteceu nesta terça-feira, 4, o diretor de infraestrutura da Claro, Hamilton Silva, explicou que a empresa vem apostando alto na produção de energia própria e que até julho de 2023 a Claro já terá ativado 120 usinas de energia renovável. "Em julho do ano que vem concluímos nosso projeto de alimentação de energia própria, com 120 usinas instaladas. Mas ele é dinâmico, e com a chegada do 5G, isso pode nos fazer a ampliar o projeto de energia sustentável", afirmou o executivo no evento.
Outra agenda ainda focada em sustentabilidade da empresa é a mobilidade. Segundo Hamilton Silva, a Claro pretende investir em mobilidade elétrica. "Estamos pensando também na questão de mobilidade elétrica. Mas o custo dos carros ainda é alto. Principalmente, quando olhamos a solução técnica. Uma proposta pode ser usarmos bicicleta. Temos um projeto que substituiu 90 veículos da empresa por 70 bicicletas. Também reciclamos equipamentos. Umas 2 mil toneladas de equipamentos", explicou Silva no evento.
A Vivo é outra operadora que está investindo alto em energia renovável e consumo inteligente de energia. Segundo Jussara Tassini, Gerente de Energia da Vivo, a empresa tem um eixo chamado Vivo Sustentável que, desde 2021, implementa projetos de redução de consumo de energia elétrica das unidades da empresa. "Nosso programa de redução de consumo de energia reduziu, desde 2015, 87% do nosso consumo energético. Entre as medidas de eficiência energética estão adoção de data center em nuvem, otimizando o uso da rede", disse a executiva.
"Somos a primeira empresa do setor a usar 100% energia renovável. E isso é possível através de uma combinação, com geração distribuída. A iniciativa de geração distribuída foi iniciada em Minas Gerais, e hoje temos 42 usinas em operação, operando em 17 estados e até o final do ano, serão 85 usinas. Essas usinas geraram mais de mil empregos diretos e 800 indiretos e usamos como fontes a energia solar, biogás e hídrica", afirmou a executiva a Vivo.
Jussara Tassini também destacou que a agenda de utilizar energia renovável está sendo discutida com os fornecedores da operadora. "A energia renovável ajuda a combater o aquecimento global. E em breve vamos anunciar novos projetos de energia renovável junto aos nossos clientes". Ela cita que já há acordos firmados com a fornecedora de torres da empresa, a American Tower.
O caso da American Tower também foi apresentado no seminário. Fabio Keppe, Diretor de Construção, qualidade e Implantação da American Tower, disse que a empresa possui um comitê de ESG com empregados de diversos setores, que tem como um dos objetivos estimular nos empregados as práticas de ESG.
Sobre energia renovável, Keppe disse que a empresa tem hoje uma planta solar instalada que permite gerar 3400 Mwh. "Também temos projetos de resíduos com descarte correto, de mais de 920 toneladas de descarte correto. Na nossa frota de veículos, utilizamos etanol, e também usamos moto elétrica na parte de entrega", afirmou o executivo da American Tower.
A Algar Telecom também destacou suas ações focadas em energia renovável. Leovaldo Martins de Araújo, diretor de infraestrutura da empresa, disse que hoje, a operadora possui uma área dedicada para melhorar a implementação de nossos projetos de ESG.
"Em 2013, concluímos nosso inventário de CO2, que permitiu ter uma leitura da nossa emissão. Em 2022, reduzimos em 80% essa emissão. Em 2022 também comemoramos o uso de 100% de energia renovável. Desde 2014, fomos reconhecidos como a operadora com a melhor sustentabilidade", afirmou o executivo da Algar. Ele também ressaltou que atualmente, 35% da energia que empresa consome é própria, oriunda de energia fotovoltaicas. "Queremos dizer que temos desafios, mas ainda há muito a se fazer", disse Leovaldo Martins.