Em nova fase, Algar concentra foco no FTTH

Foto: Pixabay.com

A operadora mineira Algar Telecom passa por uma fase de transformações com o recente aumento de capital e a aquisição de ativos da Cemig Telecom – cuja operação foi aprovada pelo Cade nesta sexta-feira, 5. No centro disso tudo está a estratégia de investimento em fibra, incluindo na última milha até a residência (FTTH) e para micro e pequenas empresas. Essa é uma das apostas da companhia, que segundo o diretor vice-presidente de negócios, Márcio Estefan, planeja acelerar a média atual de migrações mensais para fibra na base residencial na área de concessão. "Temos em torno de 10 mil adições por mês agora, e queremos acelerar. O quanto mais rápido, melhor", disse o executivo a este noticiário.

O produto Algar Fibra tem atualmente cerca de 100 mil acessos, o que corresponde a perto de 18% da base total (segundo últimos dados da Anatel, a operadora contava com um total de 569,9 mil conexões de banda larga). Estefan ressalta que 57% da base instalada é de acessos acima de 10 Mbps, incluindo cobre e fibra. A meta é de chegar ao final de 2019 com cerca de 70% dos domicílios dos 87 municípios da área de concessão da empresa cobertos, sendo que em algumas cidades, a expectativa é que a cobertura na área urbana atinja 98%. "Na planta da fibra, temos quase 280 mil portas prontas para serem instaladas, para fazer o processo de migrar clientes. Temos capacidade para quase 50% da base", explica.

Segundo o executivo, o investimento em fibra também acaba servindo para o backhaul da rede móvel 3G e 4G, mas Estefan ressalta que há um trabalho forte na modernização da rede de acesso fixa. Ele entende que o crescimento dos acessos FTTH, em grande parte graças aos provedores regionais, é uma tendência até porque a tecnologia ficou mais barata. "O investimento em tecnologia se justifica sempre e podemos dar qualidade diferenciada para o cliente", declara.

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Apesar de chegar com fibra na residências, a Algar ainda não abriu mão da oferta de TV em DTH. Atualmente, o cliente pode até montar o próprio bundle, escolhendo quais serviços decide agregar. Mas a TV paga continua sendo distribuída por satélite. Não se exclui a possibilidade de implantar a IPTV – pelo contrário, é uma tecnologia sendo estudada no momento pela empresa, mas Márcio Estefan diz que não há um cronograma ou definição a respeito disso.

Estratégia

A companhia mineira já estava com o foco na fibra quando o fundo de investimentos Archy, afiliada do GIC Special Investments (fundo soberano de Cingapura), entrou como sócio minoritário da empresa (com 25% do capital após investir um total de R$ 1 bilhão pela participação). "Eles entraram acreditando nessa estratégia em ter serviço diferenciado, tanto na área de concessão quanto no crescimento nacional", destaca. "É um direcionamento que já tínhamos, a entrada do novo sócio permite acelerar e pensar em atingir novos patamares."

Para a Algar Telecom, entretanto, o serviço de banda larga fixa ao consumidor final continuará limitado à área de concessão da operadora. Não há limitação regulatória na licença de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) para outras regiões, mas apenas uma decisão estratégica. Nas áreas de expansão, como no Sul e no Nordeste, a companhia continuará focando apenas no mercado corporativo, com acesso GPON ou metro ethernet. A recente aquisição dos ativos no Nordeste e Centro-Oeste da Cemig Telecom por R$ 77,890 milhões tinha esse objetivo. "Em Recife e Salvador, a rede da Cemig é bastante útil porque é muito próximo do que a gente tinha intenção de construir. Estamos fazendo investimentos adicionais para capilarizar ainda mais", diz.

Cabo submarino

Naturalmente, a expansão da rede de acesso demanda uma infraestrutura capaz de suportar o aumento do tráfego. A Algar Telecom conta hoje com um backbone ótico de 55 mil km no País, incluindo a expansão no Nordeste, Sul e Centro-Oeste. "Tem também o investimento que fizemos no cabo submarino Monet, que liga Santos (SP) até Boca Ratón (Estados Unidos), porque não adianta colocar fibra até a casa dos clientes se não tiver conexão internacional, então a infraestrutura permite que a experiência do cliente seja de alta qualidade", afirma Estefan. O sistema, que também tem participação do Google, Angola Cables e da uruguaia Antel, começou sua operação em janeiro deste ano. "É um projeto de longo prazo, entendemos que em 25 a 30 anos, temos capacidade para ser usada sem estresse", conclui.

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