Alta repentina de ações faz Telebrás pedir suspensão do pregão

O fantasma da especulação voltou a rondar as ações da Telebrás nesta segunda-feira, 5. Após o nome da estatal voltar a aparecer nos noticiários como peça-chave do Plano Nacional de Banda Larga, os papéis da empresa sofreram um pico de valorização na tarde de hoje, com as ações preferenciais subindo até 45%. O aumento atípico fez com que a própria estatal reagisse: o presidente da empresa e diretor de Relações com Investidores, Jorge da Motta e Silva, apresentou um pedido à Bovespa para a suspensão do pregão.
"Considerando o aumento atípico na cotação das ações de emissão da Telebras – TELB3, TELB4 e TELB9 -, respectivamente, 10,44%, 45,00% e 15,51%, às 15h20m51s, solicitamos a suspensão, ainda hoje, do Pregão, tendo em vista a caracterização de forte especulação, sem que a Telebras, por intermédio de sua direção, tenha tomado conhecimento de qualquer Fato Relevante que justifique tais oscilações", informa o documento encaminhado por Motta à Bovespa e à Comissão de Valores Mobiliários. A negociação das ações, no entanto, não foi suspensa conforme nota da própria Bovespa frisada no pedido da Telebrás divulgado em seu site.
A valorização dos papéis caiu um pouco ao fim do pregão, mas as ações continuaram em forte alta. As ações ordinárias fecharam o dia com valorização de 7,46%, negociadas a R$ 0,72. Já as preferenciais fecharam com alta de 40%, a R$ 0,56.

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No mês passado, Motta foi advertido pela CVM exatamente por conta de uma oscilação atípica no valor das ações da Telebrás. A punição, porém, foi por causa de uma forte queda nos papéis, onde as ações preferenciais caíram 66,9% e as ordinárias, 30,2%. Antes da desvalorização, os papéis da estatal tinham sido alvo de uma sequência de altas, mas não houve advertências nesses casos.
Reativação
A Telebrás é protagonista de uma importante e polêmica discussão no cenário não só das telecomunicações como também no político. O governo estuda um projeto para reativar a companhia a fim de contar com uma grande rede pública de telecomunicações. As empresas do setor, bem como alguns representantes da oposição ao governo, são contra. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aval para a estruturação do projeto, que vem sendo tocado sob a coordenação da Casa Civil. Membros do governo, como o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, já confirmaram publicamente que o plano envolve a Telebrás, que deve funcionar como uma gestora da nova rede.

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