Anatel não deve aprovar acordo Winity/Vivo da forma como está

Foto: Pexels

O acordo entre a Winity e a Vivo tem poucas chances de ser aprovado pela Anatel, pelo menos nas condições em que se encontra. A declaração foi dada pelo superintendente executivo da agência, Abraão Balbino, durante participação no evento da Associação NEO, que acontece esta semana na cidade do Porto, em Portugal. "Dificilmente (o acordo) será aprovado como está, porque está em condições muito precárias. Ele pode ser aprovado se houver mudanças, mas não é o que está na agenda agora. Queremos ouvir da empresa a sua posição, mas como está não há condições de ser aprovado", disse Balbino, ao ser provocado pela coordenadora da mesa, a consultora Kátia Predroso, da TELConsultoria.

Para a consultora, havia a expectativa entre os operadores regionais de que a Winity pudesse ser a viabilizadora de uma rede 4G nacional neutra, que permitisse o acesso dos atores regionais áreas ainda não cobertas, mas com o acordo com a Vivo, segundo a consultora, o que sobrou para os players regionais foi apenas o osso.

A visão foi corroborada pela leitura do CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira. "As 1.100 cidades (objetos do acordo de aluguel de espectro entre a Winity e Vivo) representam 80% da população urbana, sendo a maior parte da classe ABC+ e todo o mercado corporativo. O que ficou na mesa é apenas 5% do mercado brasileiro. É o osso do osso", disse o executivo.

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Balbino disse que sempre enxergou a venda da Oi Móvel como parte importante do cenário concorrencial criado para o mercado de 5G, por isso vinculava a análise de venda da operadora ao resultado do edital. "Entendemos que nesse ambiente competitivo do 5G haveria condições de surgimento de um novo player", disse ele. Mas ainda segundo Balbino, "com o leilão, já havia rumores de que a Winity tinha um acordo pré-estabelecido com a empresa. Estamos agora investigando e se houver indícios de que ele (o acordo) vinha de um momento anterior ao edital, e se houver vamos encaminhar ao Ministério Público para denúncia para uma eventual ação penal", disse o superintendente executivo. (O jornalista viajou ao evento a convite da Associação NEO)

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