O primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) deve ser lançado pela Visiona, joint-venture entre Telebras e Embraer, apenas em 2016, mas ele deve subir ao espaço com sua capacidade praticamente saturada. E justamente por isso, o ideal, na opinião do presidente da Visiona, Eduardo Bonini, seria começar a planejar a antecipação do lançamento do segundo satélite, inicialmente projetado para 2019. "O segundo SGDC, a meu ver, deveria já começar a ser planejado e lançado antes mesmo de 2019, porque esse primeiro já está mostrando capacidade saturada e vai ser lançado em 2016", diz.
O segundo SGDC será também, para Bonini, uma oportunidade para se aumentar a quantidade de conteúdo nacional presente no satélite. "Hoje o conteúdo nacional do SGDC é pouco representativo, mas pode ser maior no segundo. Precisamos criar o legado dos componentes que já existem, criar um histórico de voo para só poder entrar no mercado internacional. O chefe do Laboratório de Integracão e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Geilson Loureiro, é da mesma opinião. "A idéia é que os próximos satélites tenham cada vez mais conteúdo nacional. Por determinação do governo, estamos ampliando a estrutura física e os equipamentos de testes com um investimento estimado de R$ 170 milhões", conta Loureiro.
Bonini acredita que, até para justificar o investimento de R$ 170 milhões do projeto – que não é nada pra um projeto de satélite, mas que é sim muito significativo – é preciso haver mais conteúdo nacional nos satélites "para que possamos criar uma infraestrutura no Brasil e dar continuidade ao projeto", detalha. "Talvez a Anatel possa incluir mínimos de conteúdo nacional nas próximas licitações (de posições orbitais brasileiras), como ela já faz com as de frequência", sugere Loureiro.
Cronograma
De acordo com o vice-presidente da Thales Alenia Space, Joël Chenet, fabricante do SGDC, o cronograma do satélite segue dentro do esperado. Segundo ele, o tubo central, os painéis estruturais e as estruturas de fixação "já foram construídos e estão recebendo seus componentes eletrônicos".
Chenet também garantiu que o processo de transferência de tecnologia segue dentro dos prazos. "O primeiro passo foi colocar as pessoas para conhecer os sistemas satelitais de maneira geral, para depois começarmos o aprofundamento nos subsistemas. O objetivo principal é dar competência e tecnologias para dar autonomia ao Brasil em satélites de órbita baixa (LEO), como missões de observação, radar, controle de satélites, propulsão, integração e suporte".
Os executivos estiveram presentes no primeiro dia do Congresso Latino-Americano de Satélites, promovido no Rio de Janeiro pela Converge Comunicações, que edita esse noticiário.