A Motorola Mobility realizou uma pesquisa mundial, incluindo o Brasil, para saber quais tamanhos de tela em smartphones eram os preferidos dos usuários. Os tamanhos escolhidos pelos brasileiros, de telas de 5 polegadas e 5,2 polegadas, foram justamente os que a companhia incorporou na atualização de seus dois principais aparelhos, o Moto G e o Moto X. Nesta sexta-feira, 5, o País, junto com Índia, França, Reino Unido, Estados Unidos, Espanha e Alemanha, faz parte da primeira leva a receber os novos modelos, que aqui são de fabricação nacional – e o mercado brasileiro terá até outubro também o relógio inteligente Moto 360.
As novidades mostram que a empresa, ainda debaixo do guarda-chuva do Google enquanto a transação de aquisição pela Lenovo não é finalizada, continua apostando nos mercados em desenvolvimento. Tanto que o Moto G não é o high-end da fabricante mas foi um dos que mais despertou interesse durante coletiva para jornalistas na quinta-feira, 4 – a Motorola pediu embargo para que o lançamento fosse simultâneo com outros países. A atualização do handset, um dos smartphones mais vendidos do Brasil, melhora as especificações enquanto mantém o preço inicial sugerido de R$ 699, incluindo capacidade dualSIM. Lá fora, o preço é de US$ 179,99. Agora, ele tem tela de 5 polegadas (a resolução continua 720p e densidade de 294 pixels por polegada) com tecnologia de resistência Gorilla Glass; câmeras de 8 megapixels traseira e 2 megapixels dianteira; processador Snapdragon 400; 1 GB de RAM; e 8 GB de armazenamento, expansível via microSD. A empresa não divulgou a capacidade da bateria, dizendo apenas ser de “longa duração”. Já o acabamento parece semelhante a do Moto G original, embora obviamente maior por conta da sua tela nova, que é resistente à água. Ele conta também com falantes frontais para som em estéreo.
Outra diferença é que o Moto G agora tem uma versão com TV digital, que também inclui 16 GB de armazenamento interno e sai por R$ 799, além de duas capas traseiras. Há uma terceira versão por R$ 729 que inclui as duas capas, mas mantém os 8 GB do modelo de entrada. Ficou de fora, por enquanto, a compatibilidade com o 4G brasileiro – que ainda continua sendo ofertado na versão anterior.
No software, a Motorola manteve a receita de 2013, incorporando a versão mais recente do Android (KitKat 4.4.4) praticamente pura, com algumas modificações – na verdade, são mais aplicativos embarcados do que uma alteração na interface do sistema operacional. Ele agora traz chamada inteligente, como no Moto E, função que seleciona o SIMcard e “aprende" com o uso a escolha do usuário. Outras novidades importadas da versão E são o Alerta e o Assist, que é uma assistente virtual como a Siri, da Apple, mas que incorpora mais recursos do que o Google Now.
Moto X
Já o high-end de verdade da marca, o Moto X, tenta se destacar com novidades para deixá-lo em pé de igualdade com a concorrência. A diferença é que o smartphone está sendo lançado nesta sexta-feira pelo preço competitivo de R$ 1.499 (nos EUA ele sai por US$ 499,99 sem contrato) em qualquer versão de acabamento da tampa traseira, que pode ser em resina plástica, em couro ou em bambu. A companhia garante que são materiais de verdade, não imitações. Todos os modelos possuem laterais de metal, seguindo a tendência iniciada pelos iPhones e perpetuada pelos Androids premium da HTC e, mais recentemente, da Samsung e da Huawei.
A Motorola afirma que a adoção do Android puro no Moto X original ajudou a torná-lo mais rápido, só que isso não foi o bastante. “Ouvimos o consumidor: a spec (especificações) é importante, ele quer ouvir que o aparelho é melhor”, disse o diretor de produtos da Motorola para a América Latina, Edson Bortolli. Agora, o aparelho é equipado com o processador quad-core de 2,5 GHz da Qualcomm, o Snapdragon 801, e tem 2 GB de RAM. A única opção de armazenamento no Brasil é a de 32 GB, também expansível via microSD. A bateria é de 2.300 mAh.
A tela melhorou: também é Gorilla Glass e resistente à água e agora tem 5 polegadas, mantendo a resolução Full HD (1080p). É rodeada de quatro sensores, que permitem o desbloqueio de tela e outras tarefas com gestos (por exemplo, passando a mão por cima do aparelho). Tem ainda dois falantes frontais para som estéreo.
A câmera traseira é de 13 megapixels, enquanto a frontal possui os mesmos 2 megapixels do Moto G. Acompanha na lente principal o flash duplo em LED que utiliza a moldura metálica do logotipo da Motorola para distribuir melhor a luz, de acordo com Bortolli.
Na camada de software, o aplicativo de câmera agora tem função de escolher a melhor opção: o aparelho tira foto antes mesmo de o usuário clicar, e continua tirando depois também – o dispositivo faz uma análise digital de rosto e movimento e sugere qual das imagens é a ideal.
Pelo menos no Moto X, agora, é possível personalizar o comando de voz que ativa a função de Assist, em vez do tradicional “Ok Google": o exemplo dado pelo executivo da Motorola foi o “alô, alô Terezinha” do apresentador Chacrinha. A função inicia aplicativos e pode interagir com ele. A demonstração foi feita com o WhatsApp, selecionando o contato e até escrevendo a mensagem e enviando.
Fone de ouvido
Os aparelhos terão um acessório curioso: o Moto Hint é um fone de ouvido Bluetooth semelhante ao que o personagem do ator Joaquim Phoenix utiliza no filme Ela (Her, 2014). É uma pequena peça que, além de discreta (o microfone é embutido e não aparece proeminente como em demais earpieces), permite o uso do Assist nos Moto X e Moto G sem precisar tocar no aparelho. Conectado a demais aparelhos Android, no entanto, ele ainda exige que se utilize o botão para acesso.
A bateria interna do Hint dura cerca de 3,3 horas, podendo ser estendida com o carregador portátil por mais 6,6 horas. O fone tem alcance de 40m a 50m e ele se conecta automaticamente ao smartphone. A Motorola ainda não tem preço para o dispositivo (no mercado norte-americano ele sairá por US$ 149,99), mas promete trazê-lo ao Brasil até o Natal deste ano.
