A batalha judicial mundial envolvendo Apple e Samsung no mercado de tablets teve um novo capítulo: a justiça alemã proibiu a venda do modelo de 7,7 polegadas da fabricante sul-coreana. A decisão foi tomada a pedido da Apple, que alega quebra de patentes relacionadas ao design do aparelho, que seria demasiadamente parecido com o iPad, apesar da diferença no tamanho das telas. Essa é a segunda decisão favorável à Apple tomada pela justiça daquele país, que há poucas semanas também proibiu a venda da versão de 10,1 polegadas do tablet Galaxy Tab da Samsung. Para piorar, a suspensão das vendas acontece justamente na semana em que se realiza em Berlim uma das maiores feiras de eletro-eletrônicos do mundo, a IFA, da qual a Samsung é uma das estrelas.
A briga entre os dois fabricantes não se restringe aos tribunais alemães. A Apple moveu ações na Holanda (neste caso contra o smartphone Galaxy S II), nos EUA e na Austrália. As alegações são sempre em relação à suposta cópia no design dos aparelhos e de suas interfaces. A Samsung revidou com processos similares em tribunais no Japão, EUA, Coreia do Sul e Alemanha. Vale lembrar que a empresa possui milhares de patentes na área de telecom.
A disposição da Apple em processar a Samsung demonstra a sua preocupação para com o crescimento da concorrente no segmento de tablets. Há outros fabricantes com modelos cujo design também lembra o iPad mas que não foram molestados. Ao mesmo tempo, embora possa ser preocupante à primeira vista, essa guerra pode ter um lado positivo para a Samsung, consolidando-a na mídia e na opinião pública como a grande competidora da Apple em tablets.
Por se tratar de duas mega corporações munidas com vastos arsenais de patentes, o mais provável é que a disputa caminhe para um acordo de encerramento dos litígios judiciais em algum momento futuro. Se isso incluir o pagamento de royalties por parte da Samsung à Apple, será aberto um precedente para que a fabricante do iPad mova processos similares contra outros concorrentes que produzem tablets.