As estatísticas do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) compiladas pela Anatel em junho indicaram uma retração na base de assinantes inédita em 2019: foram contabilizados 196 mil contratos a menos que maio, totalizando 31,685 milhões de usuários de banda larga fixa. Mesmo com o resultado negativo, ao longo dos seis primeiros meses do ano houve adição líquida de 452,5 mil novos clientes. No caso do serviço prestado via fibra ótica, o saldo positivo chega a 1,6 milhão de acessos.
Maior contribuinte para este resultado, o segmento dos provedores regionais de Internet (ou ISPs) registrou 732,2 mil adições líquidas entre janeiro e junho, quando contadas todas as tecnologias. No sexto mês do ano, contudo, o agrupamento de empresas contabilizou 128 mil contratos a menos, encerrando o mês com 7,166 milhões de clientes – ou 22,6% do market share doméstico.
Questionada sobre a movimentação fora da curva no total de acessos e entre os ISPs em junho, a Anatel pontuou que 506 empresas não declararam o número de acessos de banda larga fixa no mês; segundo a agência, a subnotificação média mensal das estatísticas de SCM ronda as 300 empresas.
De toda forma, a líder de mercado segue sendo a América Móvil (Claro, Net e Embratel), com 9,530 milhões de clientes e 30% de participação de mercado. Em junho, as adições líquidas do grupo somaram 14,5 mil, enquanto no acumulado de seis meses, os dados apontam para 169,2 mil novos usuários.
Ainda vice-líder no mercado apesar da expansão dos ISPs, a Telefônica aparece com 7,386 milhões de acessos após 38,9 mil desconexões em junho. No primeiro semestre, a queda chega em 193 mil contratos (já o share ficou em 23,2%). No período, só a Oi desconectou mais clientes: 239,3 mil, sendo 36,4 mil no sexto mês do ano. A empresa soma 5,745 milhões de acessos e participação de mercado de 18,1%.
Quem também perdeu clientes foi a Sky, em sua operação baseada em LTE na faixa de 2,5 GHz: foram 15,8 mil desconexões em junho e 75,6 mil ao longo dos seis primeiros meses do ano (para 280 mil). Já a TIM seguiu direção contrária, adicionando 4,7 mil clientes em junho e 39,6 mil ao longo do primeiro semestre, para 524 mil.
Tecnologias
Grande destaque no mercado de banda larga fixa, a tecnologia de fibra até a residência (FTTH) somou 157,6 mil novos contratos apenas em junho. No geral, eles já totalizam 7,261 milhões (ou 22,9% do parque brasileiro). Vale notar que ao fim de 2018, cerca de 5,5 milhões de residências tinham a opção contratada – o que representa adição de 1,6 milhão de acessos em seis meses. Recentemente, Oi e Claro Brasil revelaram estratégias de ampliação da infraestrutura de fibra para aproveitar a explosão na demanda pela tecnologia.
Por outro lado, o serviço via redes de cobre (xDSL) perdeu 167 mil clientes em junho e cerca de 1,1 milhão no primeiro semestre. Ainda assim, a tecnologia segue como principal meio de acesso do País, habilitando 11,109 milhões de conexões de banda larga fixa. Já os acessos por cabo somam 9,558 milhões após perda de 3 mil em junho e cerca de 130 mil no ano.
Velocidades
Já consolidada como principal nível de serviço em residências do Brasil, a banda larga fixa com velocidades acima de 34 Mbps adicionou 409 mil novos acessos em junho, totalizando 10,530 milhões. Em seis meses, a faixa ganhou 2,394 milhões de clientes. Já os pacotes com velocidades entre 2 Mbps e 12 Mbps (a faixa mais popular do País até março) foram trocados em mais de 1 milhão de residências, ainda que 8,845 milhões de lares ainda contem com o serviço.